Três meses depois do evento que ficou conhecido como “caso dos cartazes”, protestantes franceses são queimados na fogueira em frente à Catedral de Notre-Dame, em Paris, no dia 21 de janeiro de 1535.
Em outubro de 1534 vários cartazes foram colocados em locais públicos em toda Paris e outras quatro cidades (Blois, Rouen, Turs e Orléans) com mensagens anticatólicas. O Affaire des Placards (em francês) pôs fim às políticas conciliatórias do rei Francisco I, que anteriormente tentou impedir que as medidas extremas do Parlamento francês se concretizassem.
Os cartazes criticavam a prática da eucaristia dos católicos alegando que na Epístola de São Paulo aos hebreus, uma vez que a morte de Cristo não se deixa repetir. Os cartazes perguntavam: “Se o sacrifício já foi consumado, por que se apoderam os sacerdotes católicos deste ritual simbólico?”, nesse caso, para os protestantes a eucaristia é uma blasfêmia. Os cartazes traziam: “Artigos genuínos sobre os horríveis, grandes e insuportáveis abusos da missa papal inventados diretamente contra a Ceia do Senhor de nosso único mediador e salvador Jesus Cristo.” A situação ficou crítica e a reação do estado e da Igreja Católica foi brutal.
Nem as súplicas do respeitado teólogo Filipe Melâncton, líder luterano, conseguiu evitar que no dia 21 de janeiro de 1535, o rei Francisco organizasse uma procissão dos horrores. Depois da prisão dos protestantes que foram responsabilizados pelos cartazes, o movimento de punição circulou por seis locais de Paris, entre eles, a Catedral de Notre-Dame. Em cada um destes locais foi montado palanque para assistir a morte de cada preso protestante. Os seis protestantes presos foram considerados “heréticos” pela Igreja Católica e pelo Parlamento francês e foram condenados à morte na fogueira.
Fontes: Sortiraparis e Wikipédia