No Dia de Hoje – 6 de novembro

Jorge Dória (à esquerda) ao lado do ator Lúcio Mauro Filho, no humorístico “Zorra Total” (Foto: Divulgação/Veja)

No dia 6 de novembro de 2013, morria o ator Jorge Dória, nome artístico de Jorge Pires Ferreira. Filho do militar oficial de cavalaria Alquindar Pires Ferreira e da dona de casa Ruth Pereira Pires Ferreira, Dória nasceu entre o Maracanã e Vila Isabel, bairros da Zona Norte da cidade do Rio de Janeiro, que na época era capital federal do Brasil. Formou-se no Colégio Militar do Rio de Janeiro. Com pouco mais de 20 anos, na década de 1940, abandonou o emprego público estável para seguir a carreira artística, desagradando a família que o queria como funcionário público do Ministério da Fazenda.

Estreou no teatro em 1942, na Companhia Eva Todor e Luis Iglesias, em que permanece por quase dez anos, alternando atuações como comediante e ator dramático. Na década de 1960, seu trabalho em teatro mais marcante é em Procura-se uma Rosa, escrita por Vinicius de Moraes, Pedro Bloch e Gláucio Gil, dirigida por Léo Jusi. E estreia no cinema em 1948, com o filme Mãe.

Adotou o nome artístico de Jorge Dória, em homenagem ao amigo Leoni Doria Machado, com quem escreveu As Pernas da Herdeira (1951), peça em que estreou como ator, sob a direção de Esther Leão, na Companhia da vedete Zaquia Jorge.

Destacou-se na peça Procura-se uma Rosa, na década de 1960, escrita por Vinicius de Moraes, Pedro Bloch e Gláucio Gil, com direção de Léo Jusi (Luiz Leôncio Jusi). Ainda no teatro atuou na peças A Gaiola das Loucas, de Jean Poiret, com adaptação e direção de João Bethencourt, em 1974, na qual Dória viveu George, personagem este que seria seu maior sucesso como protagonista no teatro brasileiro). Fez ainda O Avarento; Escola de Mulheres; A Presidenta; A Morte do Caixeiro Viajante entre outras.

Fã de filmes policiais, criou o argumento e colaborou no roteiro de mais dois filmes do gênero: Amei um Bicheiro (1952), de Jorge Ileli e Paulo Wanderlei; e Mulheres e Milhões (1961), de Ileli. Assinou também o argumento da chanchada Absolutamente Certo (1957), de Anselmo Duarte, e de outras dezenas de filmes.

No cinema, estrelou várias pornochanchadas. Foi também roteirista, além de ator premiado em filmes como Maior que o Ódio, O Assalto ao Trem Pagador (1962), dirigido por Roberto Farias, O Beijo, Minha Namorada, Bonga, o Vagabundo, Como é Boa a Nossa Empregada (1973), de Victor Di Mello; Oh, que Delícia de Patrão! (1974), de Alberto Pieralise; Com as Calças na Mão (1975), de Carlos Mossy. Em o A Dama do Lotação (1978) , destacou-se por viver Dr. Alexandre, sogro de Solange (Sônia Braga), casada com Carlos (Nuno Leal Maia). Também fez O Homem do Ano (2003), Traição (1998), A Dama do Cine Shanghai (1987), Pedro Mico (1985), O Sequestro (1981), Perdoa-me por me Traíres (1980), Assim era a Pornanchanchada (1978), As Secretárias… que Fazem de Tudo (1975), entre outros.

Dória estreou na televisão em 1970, na extinta TV Tupi, no elenco da telenovela E Nós, Aonde Vamos?, escrita pela cubana Glória Magadan. Transferiu-se para a TV Globo em 1973 onde, a partir da sua criação para o personagem Lineu na primeira versão da série de televisão A Grande Família, Jorge Dória se tornou uma presença constante nas novelas e nos programas de humor da emissora de TV; sua primeira novela na emissora, O Noviço, foi em 1975, onde interpretava o vigarista Ambrósio do texto escrito por Mário Lago em uma adaptação pra TV da peça teatral homônima de Martins Pena: O Noviço.

Dória Retornou à TV Tupi onde atuou na novela Aritana (1978), da escritora Ivani Ribeiro, e dedicou-se ao teatro e ao cinema. voltou à TV Globo em 1978 para protagonizar a novela O Pulo do Gato, onde na trama escrita por Bráulio Pedroso, ele era o playboy mulherengo Bubby Mariano; uma vez retornando à Globo, ali permaneceria na emissora nas duas décadas seguintes.

Entre os trabalhos mais importantes na TV Globo estão João Brandão na novela Champagne, em que o seu personagem era um dos suspeitos de assassinar a copeira Zaíde (Suzane Carvalho). Também fez o milionário golpista Herbert Alvaray em Brega & Chique; o terrível conselheiro real Vanoli Berval em Que Rei Sou Eu? – seu maior sucesso na emissora, pela atuação, foi eleito Melhor Ator pela Associação Paulista de Críticos de Arte (APCA) – e o implicante aposentado Emílio Castro em Meu Bem, Meu Mal (1990) formando uma dupla cômica com a atriz Zilda Cardoso, o proprietário e a inquilina de um apartamento da periferia paulistana que estavam sempre brigando; todas estas novelas do autor Cassiano Gabus Mendes.

Ao longo da década de 1990, participou de diversas novelas e manteve sucesso em personagens geralmente cômicos como o interesseiro Ângelo Pietro, em Zazá (1997), de Lauro César Muniz; e Rodolfo “Ruddy” Reis, em Era Uma Vez… (1998), de Walther Negrão. Em Suave Veneno (1999), de Aguinaldo Silva, mesmo aparecendo só a partir do meio da novela, roubou a cena com o carismático Genival, o pai do vidente charlatão Uálber, interpretado por Diogo Vilela.

Em 2001, integrou a oitava temporada de Malhação, no papel de Carmelo. Em 2005, Jorge Dória afastou-se dos palcos e da TV por problemas de saúde, decorrentes de um acidente vascular cerebral. Seu último papel foi no humorístico Zorra Total, da TV Globo, ao interpretar o personagem Maurição, um homem macho que queria ver seu filho Alfredinho se tornar heterossexual, personagem, este, protagonizado por Lúcio Mauro Filho, onde consagrou o bordão “Mas onde foi que eu errei?”. Também participou de programas humorísticos como Sai de Baixo, Os Normais e Zorra Total.

Jorge Dória morreu aos 92 anos no Centro de Terapia Intensiva do Hospital Barra D´Or, na Barra da Tijuca, na Zona Oeste da cidade do Rio de Janeiro, após complicações cardiorrespiratórias e renais. Ele havia sido hospitalizado no dia 27 de setembro de 2013, no Rio de Janeiro, para tratar de uma infecção respiratória, mas em 22 de outubro, o quadro piorou.

Fonte: Wikipédia

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