No Dia de Hoje – 13 de outubro

Vista da mina durante os trabalhos de resgates (Foto: Diego Grez/Reprodução)

No dia 13 de outubro de 2010 começava a chegar ao final o resgate de 33 mineiros soterrados na mina San José, localizada a 688 metros de profundidade, no Chile, em 5 de agosto daquele ano.

A mina San José é um local de exploração de cobre e ouro, de propriedade da Empresa Minera San Esteban, e situa-se a 33 quilômetros a noroeste de Copiapó, na região norte do país. Ela é uma mina pequena, menor que a maioria das minas da região, que são exploradas por grandes empresas como a companhia estatal Codelco e multinacionais estrangeiras.

As minas menores também têm maior histórico de acidentes. Para compensar os riscos e a má reputação da mina San José, os empregados recebiam salários mais altos que a média de seus colegas. O soterramento dos 33 mineiros é considerado o pior acidente do país neste tipo de trabalho.

Os trabalhos de resgate começaram no dia seguinte, tendo sido realizados por um grupo que criou um duto de ventilação. Um novo desmoronamento ocorreu dois dias depois, necessitando de maquinaria pesada para concluir o resgate.

No dia 22 de agosto, os mineiros foram localizados com vida, favorecendo um resgate mais motivador, onde se estimou que só poderiam sair dali no final do ano de 2010, pois haveriam de atravessar uma grande rocha. Os trabalhadores ficaram 17 dias sem contato com o pessoal do resgate, foram várias perfurações, até o retorno de uma das guias com a mensagem “Estamos bien en el refúgio los 33”, indicando as condições nas quais estavam os mineiros.

Para o resgate, foi desenvolvido um projeto de perfuração de um poço, que chegou até ao saguão onde estão alojados os trabalhadores, tendo sido estimado o prazo de 70 dias após o início das operações.

A princípio foi perfurado um poço de alguns centímetros de diâmetro, para passagem de água e mantimento, o qual posteriormente foi alargado para poder abrigar a cápsula Fenix II com cerca de 5 metros de altura e 60 centímetros de diâmetro.

Ela possui capacidade para abrigar somente um trabalhador com segurança, também possui equipamentos de emergência como cordas, ganchos, lanternas, rádios e demais equipamentos para eventuais acidentes, e caso ela venha a ficar presa no túnel, existem saídas inferiores (caso esteja mais próximo do alojamento) e superiores (para caso esteja mais próximo da superfície). O trabalho foi feito retirando os trabalhadores um por um.

No dia 12 de outubro às 23h55 hora local (dia 13 no Brasil), teve início o processo de retirada dos trabalhadores através da cápsula Fenix II. O resgate do primeiro, Florencio Ávalos, atingiu a superfície 16 minutos depois, ou seja, 13 de outubro às 00h11 na hora local. E as 00h33 do dia 14 de outubro, Patricio Sepúlveda, o último socorrista voltou a superfície, encerrando assim, o maior resgate nesse tipo de salvamento no mundo.

Segundo o historiador Franck Gaudichaud, o drama foi utilizado pelos meios de comunicação chilenos para fins de propaganda política: “tudo foi feito para transformar a onda de solidariedade num consenso político: ‘todos unidos’ por detrás do Presidente Piñera. A popularidade do presidente aumentou em 10 pontos durante estes eventos.

A Confederação Chilena de Minas recordou que o Chile não é signatário da Convenção 176 da Organização Internacional do Trabalho (OIT) sobre segurança e saúde nas minas. Denuncia acima de tudo uma legislação laboral parcialmente herdada da ditadura de Pinochet, restringindo por exemplo o direito à greve.

A mina é propriedade da empresa mineira San Estaban. De acordo com os testemunhos dos mineiros, a empresa estava constantemente a tentar aumentar a produtividade dos seus empregados, nomeadamente através da utilização quase sistemática de horas extraordinárias (até doze horas por dia), e mostrou pouca preocupação com a sua segurança. Na altura do acidente, por exemplo, os 33 mineiros descobriram que nenhuma escada tinha sido instalada na chaminé de emergência.

Durante os dois meses em que ficaram presos, os trabalhadores receberam apoio de diversas organizações de várias partes do mundo. E em 2015, foi produzido o filme “Os 33”, dirigido por Patricia Riggen, contando com base em fatos reais a história do acidente e de todo o período em que aconteceu o resgate dos mineiros.

Fonte:Wikipédia

Você pode gostar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O limite de tempo está esgotado. Recarregue CAPTCHA.