No Dia de Hoje – 10 de outubro

No dia 10 de outubro de 1963, morria a cantora, compositora e atriz Édith Giovanna Gassion, conhecida como Édith Piaf. Nascida em Paris, no dia 19 de dezembro de 1915, tinha seu ritmo musical concentrado inicialmente em música de salão e as suas variedades, mas ficou reconhecida pelo seu talento com a música de estilo francês chanson. O seu canto dramático expressava claramente os momentos trágicos que permearam sua intensa história de vida.

Entre seus maiores sucessos estão La vie en rose (1946), Hymne à l’amour (1949), Milord (1959), Non, je ne regrette rien (1960). Participou de peças teatrais e filmes. Em junho de 2007 foi lançado um filme biográfico sobre ela, chegando aos cinemas brasileiros em agosto do mesmo ano com o título Piaf – Um Hino Ao Amor (originalmente La Môme, em inglês La Vie En Rose), direção de Olivier Dahan.

Aos 15 anos, após várias brigas com o pai, fugiu de casa, deixando uma carta de despedida, indo viver em um quarto alugado, no Grand Hôtel de Clermont, na rua Veron, 18, em Paris. Nesta época começou a se apresentar em restaurantes e bares nos bairros nobres de Quartier Pigalle e Ménilmontant, e também nos bairros pobres do subúrbio. Chegou a se casar e a ter uma filha, mas com a crise no casamento e a morte da menina, além das brigas com a família, fizeram que Édith se culpasse a todo momento, desenvolvendo uma profunda depressão, com diversas tentativas de suicídio.

A cantora levou a dor imensurável da perda de sua filha até o fim de sua vida, o que a levou a dedicar-se de corpo e alma a sua carreira, optando por nunca mais querer ter filhos. Após reencontrar uma amiga, e voltarem a morar juntas, Édith começou a cantar em praças, boates, bares e também bordéis. Lá conheceu seu segundo namorado, um cafetão chamado Albert.

A relação tornou-se abusiva com o tempo, onde ele passou a ameaçá-la: Em troca de não a forçar a se prostituir, cobrava comissões sobre o dinheiro que ela ganhava cantando. Ele passou a prendê-la no bordel, e impedir que ela cantasse em outros locais. Sua amiga tentou ajudar, mas a polícia tratava cantoras como prostitutas.

Após sofrer agressões, humilhações e abusos sexuais, Édith conseguiu terminar definitivamente o namoro, quando fugiu do bordel, após descobrir que ele também era um assassino, e que uma de suas colegas que contavam na noite, chamada Nádia, amante de seu namorado, cometeu suicídio, para não tornar-se prostituta.

Ela influenciou grande parte dos artistas da sua época. Tornou-se principalmente uma ponte para que estes se conhecessem; geralmente, o seu círculo de amizade se encontrava em sua casa. Foi na sua residência que grandes nomes da música francesa tiveram o primeiro contato. Em diversas vezes, iniciaram maravilhosas parcerias musicais, tais como Gilbert Bécaud, Jacques Pills (célebre cantor francês com quem a intérprete se casou em setembro de 1952), Jacques Plante, Louis Amade, Charles Aznavour (com quem também teve um caso amoroso), Jean Broussolle, Yves Montand, Jacques Prévert, Francis Lemarque, entre tantos outros, hoje também consagrados na história fonográfica da França e do mundo.

Piaf morreu vítima de câncer no fígado, em decorrência do alcoolismo, em Plascassier, na cidade de Grasse, nos Alpes Marítimos, aos 47 anos. O consumo excessivo de bebidas alcoólicas e o uso excessivo de cigarros, juntamente com a exorbitantes quantidades de ansiolíticos e antidepressivos para tratar sua ansiedade e depressão, em conjunto com os barbitúricos para tratar a sua insônia, misturados com morfina para tratar de sua artrite reumatoide e fibromialgia, tiveram um severo impacto em sua saúde.

Está sepultada na mais célebre necrópole francesa, o cemitério do Père-Lachaise. O seu funeral foi acompanhado por uma multidão poucas vezes vista na capital francesa. Hoje, o seu túmulo é um dos mais visitados por turistas do mundo inteiro. Segundo a pesquisa da BBC: Le Plus Grand Français, Édith Piaf foi considerada a décima maior personalidade francesa de todos os tempos.

Foto: Divulgação/Studio Harcourt

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