
No dia 7 de setembro de 1922, nascia no Rio de Janeiro o ator Paulo Autran. Na televisão destacou-se na novela “Guerra dos Sexos”, no ano de 1983, em que contracenava ao lado de Fernanda Montenegro e protagonizou algumas cenas antológicas da teledramaturgia, e em “Pai Herói”, quando viveu o vilão carismático Bruno Baldaraci. Nos últimos anos fez apenas participações especiais, principalmente em minisséries, a última das quais “Um Só Coração”, em 2004. Em 2012, apareceu em uma participação especial na telenovela “Guerra dos Sexos” apenas um flashback e o seu velório, ambos exibidos no primeiro capítulo.
No cinema, sua estreia ocorreu em 1952 em “Appassionata”. Posteriormente, esteve nos filmes “Uma Pulga na Balança”, “Destino em Apuros”, “É Proibido Beijar”, “As Sete Evas”, além de encarnar Deus em “O Menino Arco-Íris”. No entanto, teve papel em destaque no ano de 1987 ao interpretar Gui em “O País dos Tenentes”, sendo eleito ‘Melhor Ator’ pelo Festival de Brasília. Seu último personagem no cinema foi no longa argentino “O Passado”, de Héctor Babenco.
Autran mudou-se cedo para São Paulo, onde passou a maior parte de sua vida e estudou no Colégio Marista Arquidiocesano de São Paulo. Depois estudou Direito na capital paulista por influência do pai – que era delegado de polícia – e formou-se na Faculdade de Direito do Largo São Francisco em 1945, inicialmente pensando em ser diplomata. Anteriormente a São Paulo, Paulo Autran morou na cidade de Sorocaba. Em 2006, em um encontro em Sorocaba com o poeta e letrista Marcelo Adifa, Paulo contaria emocionado como era brincar na casa grande que ocupavam na região central do município.
Desapontando na profissão de advogado, participou de algumas peças teatrais amadoras, tendo sido convidado a estrear profissionalmente com a peça “Um Deus dormiu lá em casa”, de Guilherme Figueiredo, com direção de Silveira Sampaio, em montagem do Teatro Brasileiro de Comédia (TBC). No começo relutou, afirmando não ser ator profissional.
Entretanto, após receber o incentivo de sua amiga Tônia Carrero, aceitou o desafio. A peça, que estreou para o grande público no dia 13 de dezembro de 1949, no Teatro Copacabana, Rio de Janeiro, tornou-se um grande sucesso, rendendo inclusive alguns prêmios para o jovem ator. Posteriormente, “Um Deus…” foi novamente montada, dessa vez pela Companhia Tônia-Celi-Autran (CTCA), com direção de Adolfo Celi, em 1956.

Após seu primeiro êxito comercial, Autran resolveu largar a advocacia e passou a se dedicar exclusivamente à carreira artística, dando prioridade ao teatro, sua grande paixão. Chegou a atuar em alguns filmes e telenovelas, mas foi no palco que desenvolveu sua arte e se tornou conhecido, vindo a receber o epíteto de “O Senhor dos Palcos”. No entanto, também teve memoráveis atuações na televisão e no cinema, em especial por sua participação em “Terra em Transe”, clássico de Glauber Rocha.
Ao longo de sua carreira, estabeleceu importantes parcerias, com diretores como Adolfo Celi, Zbigniew Ziembiński e Flávio Rangel, e atrizes, como Tônia Carrero.
No ano anterior à sua morte, Paulo Autran passara por diversas internações, por conta de um câncer de pulmão. O tratamento (radioterapia e quimioterapia) não o impediu de seguir atuando na peça “O Avarento” – e nem de seguir fumando até quatro maços de cigarros por dia. Morreu aos 85 anos, em 12 de outubro de 2007, depois de sofrer um enfisema pulmonar e por complicações decorrentes do câncer.
Fonte: Wikipédia