
O Dia Internacional da Mulher Indígena é celebrado, anualmente, no dia 5 de setembro como um marco de apoio à luta das mulheres indígenas por justiça social e em defesa dos direitos individuais e coletivos de seus povos. A data homenageia a liderança Bartolina Sisa, mulher da etnia aimará e símbolo das resistências indígena e camponesa na história colonial da América do Sul.
Bartolina Sisa foi executada em 5 de setembro de 1782 durante a rebelião indígena anticolonial de Túpac Katari. Bartolina se destacou pela valentia frente às tropas espanholas que tentavam invadir o território dos povos originários do Alto Peru, hoje região de La Paz, na Bolívia.
Para homenageá-la, em 1980 seu nome foi dado à Confederação de Mulheres Campesinas Bartolina Sisa, uma organização que visa aprofundar a participação das mulheres indígenas e do campo nas decisões políticas, sociais e econômicas da Bolívia.
De acordo com a ONU Mulheres, a data reconhece a continuidade do protagonismo histórico das mulheres indígenas desempenhado tanto no passado, quanto no tempo presente, como agentes de transformação social em suas famílias e comunidades, bem como guardiãs dos modos de vida nativos da América.
A data foi declarada no ano de 1983, durante o II Encontro de Organizações e Movimentos da América, em Tiauanaco, na Bolívia. Esta data foi reconhecida, posteriormente, pela ONU Mulheres, consequência direta da atuação diplomática das mulheres indígenas nos órgãos internacionais de direitos humanos a partir da década de 1990. O marco é na mesma data do Dia da Amazônia.
O Dia da Mulher Indígena tem como objetivo homenagear as mulheres indígenas do passado, mas também enfatizar as lutas de resistencia na atualidade em alguns países. No Brasil do século XXI, por exemplo, a realidade dos povos indígenas é permeada de violências físicas e simbólicas: de retrocessos nas políticas de demarcação de terras e impactos psicológicos do apagamento de suas culturas, saberes e tradições. Sendo que, no caso das mulheres, estas violências são potencializadas.
No caso do Chile, estudiosas revelaram uma tensão existente entre a política do reconhecimento do papel da mulheres indígenas, expresso na integração da data comemorativa no calendário oficial, e a negação sistêmica de suas tradições ancestrais e falta de garantia de seus direitos.
Fonte: Wikipédia