Morre em São Paulo o apresentador e humorista Jô Soares

Jô Soares em um de seus últimos programas na TV, o talk show “Programa do Jô” (Foto: Zé Paulo Cardeal/TV Globo)

Morreu na madrugada desta sexta-feira, dia 5, o apresentador, humorista, ator e escritor Jô Soares, aos 84 anos. Nascido no Rio de Janeiro em 16 de janeiro de 1938, José Eugênio Soares foi o primeiro no Brasil a apresentar na TV um programa de late-night talk show (gênero de programa de variedades e de entrevistas orientado a comédia que geralmente vai ao ar no final da noite, consagrado nos Estados Unidos).

De 1988 a 1999 comandou o “Jô Soares Onze e Meia”, no SBT, e de 2000 a 2016 o “Programa do Jô”, na Globo. Também nas duas emissoras, teve o seu programa próprio de esquetes humorísticos (“Viva o Gordo”, na Globo, e “Veja o Gordo”, no SBT).

Filho único do empresário Orlando Heitor Soares e da dona de casa Mercedes Pereira Leal, o humorista era descendente de figuras públicas do país: pelo lado materno, foi bisneto do conselheiro Filipe José Pereira Leal, diplomata e político que, no Brasil Imperial, foi governador do Estado do Espírito Santo. Por parte de seu pai, foi sobrinho-bisneto de Francisco Camilo de Holanda, ex-governador da Paraíba.

Sonhava em ser diplomata quando criança, tanto que estudou no Colégio de São Bento, do Rio de Janeiro; no Colégio São José de Petrópolis; e em Lausanne, na Suíça, no Lycée Jaccard, com este objetivo. Porém, percebeu que o senso de humor apurado e a criatividade inata apontavam para outra direção. Em 1956, estreou na televisão no elenco da “Praça da Alegria” (comandado por Manuel de Nóbrega, pai do atual apresentador Carlos Alberto de Nóbrega), na época na RecordTV, onde ficou por 10 anos.

O humorista também em atuou outros programas da TV como “Família Trapo”, “Faça Humor, Não Faça Guerra”, “Satiricom” e “Planeta dos Homens”. Era poliglota, escreveu as obras “O Xangô de Baker Street” (1995), “O Homem que Matou Getúlio Vargas” (1998) e “Assassinatos na Academia Brasileira de Letras” (2005), e era um dos integrantes desde 4 de agosto de 2016 da Academia Paulista de Letras. Jô foi casado três vezes, e teve um filho, Rafael Soares, do primeiro casamento, que era autista e morreu aos 50 anos.

Jô estava internado desde o dia 28 de julho no Hospital Sírio-Libanês, na região central de São Paulo. A notícia foi divulgada pela Flavia Pedras, uma de suas ex-mulheres, em uma publicação de sua página pessoal nas redes sociais, também confirmada pela assessoria de imprensa de Jô. A causa da morte não foi divulgada.

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