No Dia de Hoje – 14 de maio

O deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ), durante depoimento no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

No dia 14 de maio de 2005 aconteceu a divulgação, pela revista Veja, de uma gravação de vídeo que foi o estopim do Mensalão, um escândalo de compra de votos que ameaçou derrubar o governo de Luiz Inácio Lula da Silva em 2005. O neologismo mensalão, popularizado pelo então deputado federal Roberto Jefferson, em entrevista que deu ressonância nacional ao escândalo, é uma variante da palavra mensalidade, usada para se referir a uma mesada paga a deputados para votarem a favor de projetos de interesse do Poder Executivo.

Embora o termo já fosse conhecido por outras razões, segundo o deputado, o termo já era comum nos bastidores da política, entre os parlamentares, para designar essa prática ilegal. Jefferson acusou o então ministro da Casa Civil, José Dirceu, de ser o mentor do esquema.

O estopim foi relatado na edição da Veja, de 18 de maio de 2005. Na reportagem, o ex-chefe do DECAM/ECT, Maurício Marinho, solicitava e também recebia vantagem indevida para ilicitamente beneficiar um empresário, o advogado curitibano Joel Santos Filho, contratado por R$ 5 mil reais, pelo então empresário/fornecedor da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, Arthur Wascheck Neto, para filmar esse funcionário público. Para colher prova material do crime de interesse de Arthur, Joel faz-se passar por empresário interessado em negociar com os Correios.

Na negociação, então estabelecida com o falso empresário, Maurício Marinho expôs, com riqueza de detalhes, o esquema de corrupção de agentes públicos existente naquela empresa pública, conforme se depreende da leitura da reportagem divulgada na revista Veja, com a capa “O vídeo da corrupção em Brasília”, com a matéria “O Homem Chave do PTB”, referindo-se a Roberto Jefferson como o homem por trás do esquema naquela estatal. O vídeo chegou à revista através de Jairo de Souza Martins (que alugou a Arthur Wascheck Neto uma maleta equipada com câmera para que Joel Santos Filho flagrasse a ação de Marinho), que, por razões pessoais, entregou uma cópia do conteúdo da filmagem a um jornalista da revista, sem o conhecimento do autor.

Mas o escândalo estourou quase um mês depois, em 6 de junho de 2005, quando o deputado brasileiro Roberto Jefferson disse ao jornal Folha de S.Paulo que o Partido dos Trabalhadores (PT) pagou a vários deputados 30 mil reais por mês para votar para legislação favorecida pelo partido na Câmara dos Deputados do Brasil. Os fundos supostamente vieram dos orçamentos de publicidade das empresas estatais, canalizados através de uma agência de publicidade de propriedade de Marcos Valério.

A investigação envolveu membros do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), do Democratas (DEM), do Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e de sete outros partidos políticos. Muitos assessores-chave de Lula renunciaram e vários deputados foram confrontados com a escolha de renúncia ou expulsão do congresso. O próprio presidente foi reeleito em 2006 e em 2010 o Brasil elegeu sua chefe de gabinete, Dilma Rousseff, como presidente. Grande parte da liderança do PT foi afetada de alguma forma, com muitos renunciando ou não conseguindo a reeleição. A economia brasileira não foi substancialmente impactada pelo escândalo.

Roberto Jefferson, que inicialmente provocou o escândalo, foi expulso da Câmara dos Deputados em 14 de setembro de 2005 por violações éticas determinadas pelo Conselho de Ética do Congresso.

O escândalo se originou após a aliança entre o PT, partido de Lula, e o Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), de Roberto Jefferson, também citada pela Veja, datada de 22 de setembro de 2004, cuja capa pode-se ler a manchete: “O escândalo da compra do PTB pelo PT. Saiu por 10 milhões de reais”. Na página 44, o artigo “10 milhões de divergências” conta sobre que bases teria se assentado a aliança.

De acordo com a revista, o PT se comprometia a pagar a quantia de 150 mil reais a cada deputado federal do PTB, em troca do apoio dos parlamentares petebistas ao Executivo. O não cumprimento da promessa teria provocado o rompimento entre os dois partidos, o que veio a culminar com a série de denúncias de corrupção alardeadas a partir de maio de 2005.

Fonte: Wikipédia

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