No Dia de Hoje – 21 de abril

Tiradentes foi um dos líderes da Inconfidência Mineira, que resultou em sua morte (Foto: José Wasth Rodrigues – Museu Histórico Nacional – 1940)

No dia 21 de abril de 1792, foi executado e esquartejado no Rio de Janeiro o alferes, comerciante e dentista Joaquim José da Silva Xavier, mais conhecido como Tiradentes. Nascido na Fazenda do Pombal, em Ritápolis/MG, em 1746, também era um ativista político da então colônia portuguesa do Brasil, que atuou nas capitanias de Minas Gerais e Rio de Janeiro.

Tiradentes foi um dos líderes da Inconfidência Mineira, realizada por influências externas, fatores mundiais e religiosos, que contribuíram para a articulação da conspiração na Capitania de Minas Gerais. O principal deles foi a decretação da derrama, uma medida administrativa que permitia a cobrança forçada de impostos, mesmo que preciso fosse prender o cobrado, e que seria executada pelo novo governador da Capitania, Luís Antônio Furtado de Mendonça, o Visconde de Barbacena, o que afetou especialmente as elites mineiras. Isso se fez necessário para se saldar a dívida mineira acumulada, desde 1762, do quinto, que à altura somava 768 arrobas de ouro em impostos atrasados.

Dessa forma, os inconfidentes, entre eles, o tenente-coronel Francisco de Paula Freire de Andrade, os poetas Cláudio Manuel da Costa, Tomás Antônio Gonzaga e Alvarenga Peixoto e Tiradentes, marcaram um levante para a ocasião da derrama de 1789. Porém, antes que a conspiração se transformasse em revolução, em 15 de março do mesmo ano, um grupo formado pelo coronel Joaquim Silvério dos Reis, o tenente-coronel Basílio de Brito Malheiro do Lago, e Inácio Correia de Pamplona, delataram a conspiração aos portugueses em troca do perdão de suas dívidas com a Real Fazenda.

Ainda que tivesse suspendido na ocasião a derrama, o Visconde de Barbacena, ao tomar conhecimento da conspiração, enviou Silvério dos Reis ao Rio para apresentar-se ao vice-rei, que imediatamente abriu uma investigação, no dia 7 de maio. Avisado, Tiradentes ainda tentou se esconder no sótão da casa de Domingo Fernandes da Cruz, amigo da tia de Alvarenga Peixoto, dona Inácia. No entanto, pediu a um religioso, sobrinho da dona, para que procurasse por Silvério, que contou ao vice-rei que sabia quem conhecia o paradeiro de Tiradentes. No dia seguinte, o Padre Inácio foi apresentado ao Palácio e ameaçado para entregar a localidade do alferes. Tiradentes teve a casa cercada ainda no dia 10 por soldados, e se entregou.

Presos, todos os inconfidentes aguardaram durante três anos pela finalização do processo. Alguns foram condenados à morte e outros ao degredo; algumas horas depois, por carta de clemência de D. Maria I, todas as sentenças foram alteradas para degredo, à exceção apenas para Tiradentes, que continuou condenado à pena capital, porém não por morte cruel como previam as Ordenações do Reino.

Tiradentes foi enforcado. Foi o único conspirador punido com a morte por ser o inconfidente de posição social mais baixa, haja vista que todos os outros ou eram mais ricos, ou detinham patente militar superior.

Tiradentes no dia de sua execução, no Rio de Janeiro (Foto: Obra de Rafael Falco – Acervo da Câmara dos Deputados. Brasilia, DF, em 1951)

Sua cabeça foi erguida em um poste em Vila Rica, tendo sido rapidamente cooptada e nunca mais localizada; os demais restos mortais foram distribuídos ao longo do Caminho Novo: Santana de Cebolas (atual Inconfidência, distrito de Paraíba do Sul), Varginha do Lourenço, Barbacena e Queluz (antiga Carijós, atual Conselheiro Lafaiete), lugares onde fizera seus discursos revolucionários.

Tiradentes é considerado atualmente Patrono Cívico do Brasil, sendo a data de sua morte, 21 de abril, feriado nacional. Seu nome consta no Livro de Aço do Panteão da Pátria e da Liberdade, sendo considerado Herói Nacional.

Em 1965, durante a primeira fase do regime militar no Brasil, o marechal Castelo Branco, então presidente da República, durante seu governo na Ditadura militar Brasileira, para reforçar essa imagem de Tiradentes, foi sancionando a Lei Nº 4.897, de 9 de dezembro, que instituía o dia 21 de abril como feriado nacional e Tiradentes como, oficialmente, Patrono da Nação Brasileira.

No cenário artístico, foi enredo da escola de samba Império Serrano, do Rio de Janeiro, que desfilou em 1949 entoando o samba “Exaltação a Tiradentes”, cujos autores são Mano Décio, Estanislau Silva e Penteado. No cinema e na TV, foi personagem de várias produções, sendo a última na novela “Liberdade, Liberdade”, de 2016;

Fonte: Wikipédia

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