Ômicron foi a variante mais contagiosa e de menor duração, aponta levantamento da SES

Levantamento mostra um perfil das ondas da Covid-19 no estado (Foto: Divulgação)

Um levantamento divulgado nesta sexta-feira, dia 18, pela Secretaria de Estado de Saúde (SES), aponta que o estado do Rio de Janeiro passou cinco ondas ocasionadas pelo coronavírus (SARS-Cov-2), que foi detectado pela primeira vez na cidade de Wuhan, na China, e se espalhou por todo o planeta. Ainda de acordo com o levantamento, desde o início da pandemia, em março de 2020, em cada onda houve o surgimento e predomínio de uma variante do vírus, com características diferentes tanto de transmissibilidade quanto de letalidade.

Das cinco ondas estudadas, a que foi causada pela variante Gama (P1) foi a que apresentou a maior duração (de 28 de fevereiro a 12 de junho de 2021) e, portanto, maior incidência de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), com 315,8 internações por 100 mil habitantes. Também teve a maior taxa de mortalidade, com 115 por 100 mil habitantes. Por outro lado, a onda causada pela Ômicron (BA.1), que predominou entre dezembro de 2021 e janeiro de 2022, foi a que apresentou a maior incidência de casos de Covid-19, com 2.629 a cada 100 mil habitantes e a menor incidência de internações por SRAG e de mortalidade.

No caso da última onda, até o momento, embora tenha sido a maior em número de casos (459.099), representou o menor número de internações, 4.607, e 1.475 óbitos. Isso se explica pela ampliação da cobertura vacinal, que foi um fator importante para a redução da incidência de internações e mortalidade. Em janeiro de 2022, a mortalidade entre os não vacinados com a primeira dose internados foi 60% maior que a dos internados com as duas doses, o que reforça a importância da vacina para redução dos casos graves e da morte pela doença.

Consequentemente, isso fez com que o cenário atual da Covid-19 no estado retornasse aos números mais baixos, após a passagem da Ômicron. Já a onda da variante Gama aconteceu no período em que a vacinação ainda caminhava a passos lentos no Brasil. A onda de menor transmissibilidade foi a quarta, com a chegada da variante A.Y.99.2 (Delta) ao país, em agosto de 2021. Por ter ocorrido após o início da campanha de vacinação (janeiro de 2021), se mostrou menos transmissível que as outras, registrando 71.053 casos, 6.772 internações e 2.524 óbitos.

– Esse estudo vai nos ajudar a compreender o comportamento da Covid-19 no estado. Entendermos como a vacinação e as ações de enfrentamento foram fundamentais para que pudéssemos reduzir cada vez mais o número de casos graves e óbitos. A Covid-19 é uma doença que ainda não conhecemos por completo e que muda a cada nova onda de transmissão. Esses dados são fundamentais para que possamos pensar ações futuras – afirmou o secretário de Estado de Saúde, Alexandre Chieppe.

O levantamento ainda mostra que na primeira onda, ocorrida entre os meses de abril e maio de 2020), a predominância foi da variante B.1.1.33, cepa inicial que chegou ao Brasil. Ela não era considerada uma cepa de preocupação (VOC) e já se encontrava em todos os continentes do mundo. Durante essa onda, foram registrados 99.760 casos, 24.174 internações e 11.270 óbitos. A segunda onda ocorreu entre os meses de novembro de 2020 e janeiro de 2021, com predomínio da P.2 (Beta), considerada uma variante de interesse (VOI) e identificada primeiro no Rio de Janeiro e depois nos demais estados. No período, foram registrados 282.339 casos, 27.778 internações e 10.621 óbitos.

Quanto ao perfil das internações, o levantamento mostrou que foram registradas um total de 184.830 hospitalizações desde o início da pandemia. A terceira onda foi responsável pelo maior número de internações e de municípios que tiveram acima de 500 registros. Sobre os óbitos, o boletim apresenta que o estado registrou 71.060 mortes pela doença desde março de 2020. O maior número de registros, entretanto, ocorreu na terceira onda. Até a quarta onda, houve predomínio de internações de pessoas do sexo masculino, porém, na quinta, os números se igualaram: 50,2% dos internados eram mulheres, e 49,8%, homens.

Mapa de Risco da Covid-19 mostra maioria das regiões sob bandeira verde (Foto: Reprodução/SES)

ESTADO SEGUE EM BANDEIRA VERDE
Também na última sexta-feira, foi divulgado mais um Mapa de Risco da Covid-19 pela SES. Como reflexo do fim da quinta onda da doença, pela segunda semana consecutiva, o estado do Rio de Janeiro segue em bandeira verde, de risco muito baixo. A análise compara a oitava semana epidemiológica (SE 08) deste ano, de 20 a 26 de fevereiro, com a décima semana (SE 10), de 06 a 12 de março. O mapa desta semana mostra que a região Metropolitana I, Metropolitana II, Baía de Ilha Grande, Baixada Litorânea e Norte se encontram com bandeira verde (risco muito baixo). As regiões do Médio Paraíba, Serrana e Centro Sul, permaneceram com bandeira amarela (risco baixo).

A Região Noroeste permaneceu em bandeira laranja (risco moderado) devido a um único indicador, a taxa de ocupação de leitos, que se mantém alta. Isto ocorre porque, nessa região, houve um maior tempo de permanência das pessoas internadas e a desmobilização de leitos municipais, devido à redução nas internações por Covid-19. No período analisado, o número de internações caiu 82,35%, saindo de 102, na SE 08, para 18, na SE 10. Os óbitos reduziram 77,77%, passando de 144, na SE 08, para 32, na SE 10. Os indicadores apontaram que, no período de 08 a 15 de março, a taxa de positividade para SARS-CoV-2 em testes RT-PCR realizados em unidades de saúde do estado foi de 3%. Nesta quinta-feira, dia 17, a taxa de ocupação de leitos para Covid-19 estava em 25,04% para UTI e 18,06% para enfermaria.

A média móvel de atendimentos em Unidades de Pronto Atendimento (UPA) do estado no período de 09 a 15 de março foi de 390 casos. O número representa uma queda de 20,6% nos atendimentos de síndrome gripal nos últimos 14 dias. Já a média de solicitações de internação foi de 11, no período de 10 a 16 de março, apontando uma redução de 31% de solicitações.

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