Relatório da Fenaj aponta novo recorde em violações à liberdade de imprensa no Brasil

Desde o começo do atual governo federal, a Empresa Brasil de Comunicação (EBC) vem sofrendo censuras internas

Um relatório da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), que será lançado em evento virtual nesta quinta-feira, dia 27, aponta um novo recorde em violações à liberdade de imprensa. Somente no ano passado, o número de agressões a jornalistas e a veículos de comunicação manteve-se nas alturas, com 430 casos, dois a mais que os 428 registrados em 2020, ano em que houve uma verdadeira explosão das violações à liberdade de imprensa no Brasil.

O levantamento aponta o presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), assim como no ano anterior, como o principal agressor. Sozinho, foi responsável por 147 casos (34,19% do total), sendo 129 episódios de descredibilização da imprensa e 18 de agressões verbais a jornalistas. Os dados constam do Relatório da Violência Contra Jornalistas e Liberdade de Imprensa no Brasil – 2021.

O relatório será lançado às 10 horas, em evento com transmissão ao vivo pelo canal da Fenaj no YouTube e Facebook, e retransmissão pelas páginas dos Sindicatos de Jornalistas filiados e do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC).

O relatório da Fenaj apresenta os números gerais das violações à liberdade de imprensa e as análises feitas pela entidade, com a classificação das violências por categorias (de assassinatos a cerceamentos por meio de ações judiciais), regiões/estados, gênero e tipos de mídia, além da apresentação dos agressores.

Em 2021, a categoria Censura ultrapassou a Descredibilização da Imprensa (quando o agressor ataca veículos de comunicação, a mídia de forma genérica e os/as jornalistas também genericamente com o objetivo de desqualificar e desacreditar o jornalismo), que predominou em 2020 e 2019. A mudança foi uma consequência direta das censuras ocorridas na Empresa Brasil de Comunicação (EBC), sob direção do governo Bolsonaro.

O Centro-Oeste manteve-se como a região mais violenta e o Distrito Federal como a unidade federativa com maior número de casos, justamente em decorrência das censuras na EBC. Os políticos continuaram a ser os principais agressores, com destaque para o próprio presidente da República. Os jornalistas mantiveram-se como maior número de vítimas no geral, mas as mulheres foram as que sofreram mais agressões verbais/ataques virtuais.

Os interessados em participar do evento poderão se inscrever para a coletiva de imprensa clicando aqui.

Fotos:  Fernando Frazão e Marcello Casal Jr/Agência Brasil

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