No Dia de Hoje – 23 de novembro

Joãosinho Trinta fez história no Salgueiro e na Beija-Flor (Foto: Henrique Matos)

No dia 23 de novembro de 1933, nascia em São Luís, no Maranhão o carnavalesco João Clemente Jorge Trinta, conhecido como Joãosinho Trinta. Viveu até os 10 anos em São Luís, onde trabalhou como dançarino. Mudou-se para o Rio de Janeiro em 1957, para estudar dança clássica no Teatro Municipal. Durante 30 anos, fez parte do Corpo de Baile do Teatro Municipal e apresentou duas óperas – “O Guarani”, de Carlos Gomes; e “Aida”, de Giuseppe Verdi.

No ano de 1961, começou sua carreira carnavalesca no Salgueiro, como segurança, e dois anos depois, a escola foi campeã do carnaval, com o enredo “Xica da Silva” de Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues. Sempre como segurança, viu sua escola ser campeã também nos anos de 1965, 1969 e 1971.

Após a saída dos carnavalescos Fernando Pamplona e Arlindo Rodrigues, foi promovido a carnavalesco da escola onde fez carreira solo com a artista plástica Maria Augusta no carnaval de 1973, com o enredo “Eneida: Amor e Fantasia”. Já como carnavalesco-solo, ganhou o bicampeonato em 1974 com “O Rei de França na Ilha da Assombração” e em 1975 com “O Segredo das minas do Rei Salomão”.

Após divergências com a diretoria salgueirense, transferiu-se para a escola de samba Beija-Flor, onde criou enredos ousados e luxuosos que deram à agremiação de Nilópolis os títulos de 1976, 1977, 1978, 1980 e 1983, além de vários vice-campeonatos, entre eles os de 1986 com “O mundo é uma bola” e o de 1989 com “Ratos e Urubus, Larguem Minha Fantasia” gerando controvérsias com a Igreja Católica, ao tentar levar ao desfile uma imagem do Cristo Redentor caracterizado como mendigo. A imagem foi censurada e passou pela Avenida Marquês de Sapucaí coberta.

Uma das marcas do carnavalesco era o luxo e a riqueza na avenida. Criticado por ter essa postura, é dele a célebre frase: “O povo gosta de luxo. Quem gosta de miséria é intelectual”.

Também foi campeão no Grupo de Acesso com as escolas Império da Tijuca e Acadêmicos da Rocinha, além de ter feito carnavais para escolas de São Paulo. No ano de 1984 foi responsável pelos figurinos da E.S. Turunas do Riachuelo, de Juiz de Fora/MG, que completava 50 anos de fundação, ficando em 3º lugar no carnaval da cidade.

Em 1993, depois de permanecer 17 anos na Beija-Flor, Joãosinho Trinta transfere-se para a escola de samba Unidos do Viradouro. Em 1996, sofre uma isquemia, que paralisa um dos lados de seu corpo. Mesmo assim, continuou seu trabalho na escola, que foi campeã em 1997, com o impactante enredo “Trevas! Luz! A explosão do Universo”.

Teve passagem marcante na escola de samba Grande Rio, que obteve o 3ºlugar em 2003 – uma classificação inédita na história da escola. Em novembro de 2004, Joãosinho sofre um AVC e, no ano seguinte, decide afastar-se da Sapucaí, passando a atuar apenas como consultor durante os preparativos para o Carnaval.

Joãosinho foi o criador do Cristo Redentor censurado pela Igreja Católica, no Carnaval de 1989 (Foto: Sebastião Marinho/Agência O Globo)

Em 11 de julho de 2006, após sofrer dois AVCs, é internado no Rio de Janeiro e, 20 dias depois, transferido para o Hospital Sarah Kubitschek, de Brasília, de onde teve alta em 19 de outubro. Todavia, em consequência dos AVCs, o artista teve parte do cérebro paralisada, e passou a se locomover com cadeira de rodas. Recebeu o título de Cidadão Honorário de Brasília e em 2010, Joãosinho concorre a deputado distrital, não conseguindo se eleger.

Morreu no ano seguinte, em 17 de dezembro. O Hospital UDI, de São Luís, informou que o carnavalesco morreu em razão de choque séptico, infecção generalizada, e que apresentava um quadro de pneumonia e infecção urinária. Anteriormente, segundo o hospital, o paciente apresentava “insuficiência respiratória e sepse, evoluindo com instabilidade hemodinâmica”.

Em sua homenagem, no dia 21 de dezembro (três dias depois de sua morte), seu nome foi anunciado como nome da Cidade do Samba, que reúne as principais escolas de samba do Rio de Janeiro.

Fonte: Wikipédia

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