No Dia de Hoje – 23 de dezembro

Imagem de Frei Galvão na Catedral de Santo Antônio, em Guaratinguetá/SP

No dia 23 de dezembro de 1822, morreu o frade Antônio de Sant’Ana Galvão, mais conhecido como Frei Galvão, ou São Frei Galvão. Uma das figuras religiosas mais conhecidas do país, famoso por seus poderes de cura, Galvão foi canonizado pelo Papa Bento XVI em 11 de maio de 2007, tornando-se o primeiro santo nascido no Brasil. Em julho de 2012 frei Galvão ficou em 23º lugar entre os “100 maiores brasileiros de todos os tempos”, concurso realizado por uma emissora de TV, baseado no programa The Greats da BBC.

Antônio de Sant’Anna Galvão nasceu em 1739 na freguesia de Santo Antônio de Guaratinguetá, na capitania de São Paulo. Era o quarto de dez ou onze filhos de uma família profundamente religiosa de elevado status social e político. Seu pai, o português Antônio Galvão de França, era o capitão-mor da vila. Sua mãe, Isabel Leite de Barros, era filha de fazendeiros e membro da família do famoso bandeirante Fernão Dias Paes, conhecido como o “caçador de esmeraldas”.

Aos 21 anos, em 15 de abril de 1760, Galvão se tornou um noviço no Convento de São Boaventura de Macacu, em Itaboraí, Rio de Janeiro. Lá, ele adotou o nome religioso de Antônio de Sant’Ana Galvão em homenagem à devoção de sua família a Santa Ana. Durante o noviciado, Galvão se tornou conhecido por sua piedade, zelo e virtudes exemplares. Galvão fez sua profissão solene em 16 de abril de 1761, assumindo o voto de defender o título de “Imaculada” da Virgem Maria, ainda considerada uma doutrina polêmica à época.

Frei Galvão era um homem de muita e intensa oração, sendo alguns fenômenos místicos atribuídos a ele, como telepatia, premonição e levitação. Segundo relatos ele se fazia presente em dois lugares diferentes ao mesmo tempo para cuidar de enfermos ou moribundos que clamavam por sua ajuda.

Também era procurado pelo seu alegado poder de curar doenças numa época em que os recursos médicos eram escassos. Numa dessas ocasiões, escreveu num pedaço de papel uma frase em latim do Ofício de Nossa Senhora (“Após o parto, permaneceste virgem: Ó Mãe de Deus, intercedei por nós”). Em seguida, enrolou o papel no formato de uma pílula e deu-o a uma jovem cujas fortes cólicas renais estavam colocando sua vida em risco.

Depois que ela tomou a pílula a dor cessou imediatamente e ela expeliu uma grande quantidade de cálculo renal. Em outra ocasião, um homem pediu a Galvão que ajudasse sua esposa, que estava passando por um parto difícil. Galvão fez com que ela tomasse a pílula de papel, e a criança nasceu rapidamente, sem maiores complicações. A história das pílulas se espalhou rapidamente e Galvão teve que ensinar às irmãs do Recolhimento como fabricá-las, o que elas fazem até os dias de hoje. Elas são distribuídas gratuitamente para cerca de 300 fiéis diariamente.

Em 25 de outubro de 1998, Galvão se tornou o primeiro religioso nascido no Brasil a ser beatificado pelo Vaticano, tendo sido declarado Venerável um ano antes, em 8 de março de 1997. Em 11 de maio de 2007, durante a visita de cinco dias do Papa Bento XVI ao Brasil, se tornou a primeira pessoa nascida no Brasil a ser canonizada pela Igreja Católica.

De acordo com a Igreja, as histórias de Sandra Grossi de Almeida e Daniella Cristina da Silva são evidências da intercessão divina de Galvão. Após tomar uma das pílulas de papel em 1999, Almeida – que possui uma malformação uterina que deveria impossibilitar que ela carregasse um feto no útero por mais de quatro meses – deu à luz Enzo. As pílulas de Galvão, de acordo com a Igreja, também seriam responsáveis pela cura, em 1990, de Daniella Cristina da Silva, uma menina de quatro anos de idade que sofria de hepatite considerada incurável pelos médicos.

Fotos: Zééh.mané/Divulgação e Pintura de Autor Desconhecido

Fonte: Wikipédia

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