
No dia 18 de agosto de 1964, o regime racista de Apartheid, institucionalizado em 1948 na África do Sul, baniu o país por quase 30 anos do Jogos Olímpicos pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). O afastamento prejudicou a carreira de muitos atletas sul-africanos, que graças à punição não puderam disputar grandes competições mundiais. Três anos antes da medida estabelecida pelo COI, o futebol do país já havia sido banido dos jogos internacionais pela FIFA.
As políticas de segregação racial da África do Sul — o apartheid — geraram uma série de pressões da comunidade internacional. Num primeiro momento, porém, o COI não se envolveu e permitiu que os sul-africanos participassem dos Jogos Olímpicos entre aquele ano e 1960. Apenas atletas brancos eram inscritos para as competições. A pressão subiu em março de 1960, com o assassinato de 69 manifestantes no massacre em Sharpeville.
A Organização das Nações Unidas (ONU), então, adotou resoluções para dificultar as relações dos países com o governo sul-africano enquanto durasse o apartheid. Essas primeiras pressões tiveram efeito limitado, mas foram suficientes para que o COI desse um ultimato ao Comitê Olímpico Sul-Africano: ou eles se colocariam contrários às políticas de apartheid, que afetava também o esporte, ou estariam fora dos Jogos Olímpicos de 1964.
Durante 28 anos, os sul-africanos ficaram de fora das Olimpíadas por se recusarem a abandonar o apartheid. O país só voltou a disputar em 1992, em Barcelona, depois de a política de segregação racial ter sido extinta no país. O sistema só foi oficialmente banido no início dos anos 1990, quando o presidente Frederik Willem de Klerk iniciou negociações para acabar com o apartheid, o que culminou com a realização de eleições multirraciais e democráticas em 1994, que foram vencidas pelo Congresso Nacional Africano, sob a liderança de Nelson Mandela.

O regime de segregação racial foi implementado no país em 1948 pelo pastor protestante Daniel François Malan — então primeiro-ministro —, e adotado até 1994 pelos sucessivos governos do Partido Nacional, no qual os direitos da maioria dos habitantes foram cerceados pela minoria branca no poder. A segregação racial na África do Sul teve início ainda no período colonial, mas o apartheid foi introduzido como política oficial após as eleições gerais de 1948.
A nova legislação dividia os habitantes em grupos raciais (“negros”, “brancos”, “de cor” e “indianos”), segregando as áreas residenciais, muitas vezes através de remoções forçadas. A partir de finais da década de 1970, os negros foram privados de sua cidadania, tornando-se legalmente cidadãos de uma das dez pátrias tribais autônomas chamadas de bantustões. Nessa altura, o governo já havia segregado a saúde, a educação e outros serviços públicos, fornecendo aos negros serviços inferiores aos dos brancos.
Fontes: Wikipédia, History e Morena News