A vacinação contra a Covid-19, que começou em janeiro deste ano no Brasil, apresenta os primeiros resultados na redução de mortes pela doença dos idosos, um dos grupos prioritários do Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Ministério da Saúde no estado do Rio de Janeiro. Por outro lado, a doença vem fazendo suas maiores vítimas entre as faixas etárias da população economicamente ativa. Os dados constam no Portal de Transparência do Registro Civil e contabilizados pelos Cartórios de Registro Civil do País.
Desde o começo da pandemia até o mês de fevereiro deste ano, a faixa etária de pessoas com idades entre 60 e 89 anos eram aquelas que proporcionalmente mais morriam devido a complicações do novo coronavírus no estado. Desde o mês de março, esse cenário começou a mudar com a chegada da vacina e a prioridade do governo em imunizar essas pessoas. Com isso, as faixas etárias mais jovens (entre 20 a 59 anos), ainda não contempladas, passaram a ocupar essa triste estatística nos meses de março e abril deste ano.
A vacinação reduziu as mortes em 65% entre as pessoas entre 90 e 99 anos; em 48% entre aquelas de 80 a 89 anos; e em 8% entre os que possuem entre 70 e 79 anos – este último grupo ainda em período de quarentena entre as aplicações de doses e efeito da vacina -, na comparação entre a média de mortes destes grupos desde o início da pandemia e os primeiros 15 dias do mês de abril deste ano. Com a imunização trazendo resultados positivos a população idosa do estado, a nova fase da pandemia passou a trazer mais transtornos aos jovens, a maioria fora dos grupos prioritários.
A faixa etária que compreende a população entre 40 e 49 anos é a mais afetada pelo aumento no número de falecimentos. Até janeiro de 2021, representavam 4,8% das mortes causadas pela doença. Em fevereiro passaram a representar 5,2%, em março 7,7% e, nos primeiros dias de abril, já representam 9,9% do total de mortos. Em relação à média de mortes desde o início da pandemia, esta faixa etária, que representava 6% dos óbitos, deu um salto com aumento de 63% no número de mortes nos primeiros dias de abril em relação à média.
Os óbitos de pessoas com idades entre 20 e 29 anos, que até o mês de março representavam, em média, 0,95% dos falecimentos por Covid, passaram a ser quase 1% em abril, o que representa um crescimento de 50% no número de mortes. Já entre pessoas entre 30 e 39 anos, que representavam, em média, 2,8% das mortes, subiram em abril para 4,2%, crescimento de 49% no número de mortes por Covid-19.
A população com idade entre 50 e 59 anos representava, em média, 11,8% do total de mortes no primeiro ano completo da pandemia. Em fevereiro passou a representar 11,4%, em março para 15,2% e, nos primeiros dias de abril, representando 18,3% do total de mortos por Covid-19, um aumento de 54% no número de mortes pela doença.
ALTA SE MANTÉM ENTRE 60 E 69 ANOS
Outra faixa que começou a entrar recentemente no calendário de vacinação no território fluminense, a população entre 60 e 69 anos segue sendo afetada pela pandemia. De março de 2020 até fevereiro deste ano representavam, em média, 23,8% dos óbitos por Covid no Rio de Janeiro. Este número vem subindo nos últimos meses, passando para 25,6% em março e 28% na primeira quinzena de abril, o que representa um aumento de 20% nas mortes causados pela doença.
Segundo o presidente da Associação dos Registradores de Pessoas Naturais do Estado do RJ (Arpen/RJ), Humberto Costa, a única forma de diminuir a letalidade da doença é por meio da vacinação em massa da população. “O que vem se analisando é que o vírus está afetando cada vez mais os mais jovens e diminuindo o impacto nos mais velhos, de faixas etárias que já receberam pelo menos a primeira dose da vacina. A partir deste cenário é possível sustentar que há uma queda nos registros de óbitos entre os mais velhos e um aumento significativo, e que deve ser levado em consideração entre os mais jovens, reforçando ainda mais a necessidade de políticas públicas focadas em pessoas que compreendem esta faixa etária”, completa.
Confira a tabela abaixo:
Fotos: Arquivo
