Pela primeira vez este ano, estado do RJ está em alto risco para covid-19

Se no começo deste mês o Rio de Janeiro ainda apresentava índices pouco mais confortáveis em relação a covid-19, esse panorama mudou nas duas últimas semanas. E o estado começa a caminhar para a mesma situação de colapso nas unidades de saúde como já vem acontecendo em outras unidades da federação. No Médio Paraíba, onde se localizam os quatro municípios da Região das Agulhas Negras, passou para a bandeira laranja, sendo classificada como de risco moderada para contaminação, segundo o último levantamento do Mapa de Risco Regional da Covid-19, publicado na última sexta-feira, dia 19.

Os dados mais alarmantes vêm da região Centro-Sul, conhecida por municípios históricos do Vale do Café como Valença e Vassouras. A região está classificada com risco muito alto (bandeira Roxa), de acordo com o levantamento, “devido ao aumento dos indicadores epidemiológicos (óbito e internações) e aumento dos indicadores de capacidade de atendimento (taxa de ocupação e tempo até o esgotamento)”. A região sofre com uma ocupação de 96,59% dos leitos de UTI e de 73,77% nos de enfermaria. Outras regiões como a Serrana, a Noroeste e a Metropolitana I estão classificadas com risco alto (bandeira vermelha), o que eleva o estado do Rio de Janeiro como área de alto risco.

A situação fez o Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro (MPRJ) publicar uma recomendação conjunta a nove municípios do Noroeste Fluminense. Em seu documento, também datado do dia 19, o órgão público destaca “que na tarde do dia 16 de março de 2021 (terça-feira), o sistema de saúde chegou ao colapso, atingindo 100% de ocupação de leitos oferecidos pelo SUS, já havendo lista de pessoas aguardando leitos para internação, e ocorrendo até a presente data, três mortes de pacientes que não resistiram à espera”. Além disso, cita que na manhã do mesmo dia, a Central de Regulação do Noroeste Fluminense registrou 11 pessoas na lista de espera por leitos de UTI para o combate a covid-19.

O documento também destaca que “as medidas atualmente impostas pelos Municípios de atribuição das Promotorias de Justiça de Tutela Coletiva do Núcleo Itaperuna (sede do MPRJ na região) estão se mostrando ineficientes, uma vez que, em análise regional de casos, verifica-se considerável aumento nos índices de munícipes (cidadãos) contaminados”. E coloca uma série de recomendações a serem seguidas pelos municípios.

Quem também manifestou preocupação no aumento do número de casos foi o presidente do Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Estado do RJ (Cosems-RJ), Rodrigo Alves Torres Oliveira. Em nota publicada e assinada pelo presidente na página oficial da entidade, ele defende “a imediata adoção de medidas restritivas de circulação de pessoas como estratégia de prevenção e contenção da transmissão da doença no estado, para além da ampliação de leitos, ampliação de testagem e permanente vigilância epidemiológica, ações de saúde respaldadas e validadas por experiências mundiais e estudos científicos”.

– Vivemos o momento mais grave da pandemia no Brasil, com o vírus circulando sem restrições, crescimento de mutações e o surgimento de novas cepas, mais infecciosas e com maior potencial de transmissão. O distanciamento social é a principal medida para achatar a curva de propagação e de prevenção adequada, pois reduz drasticamente o contato físico, evitando aglomeração de pessoas, devendo garantir o funcionamento dos serviços essenciais e a implementação de fiscalização rigorosa das ações restritivas.

Ele encerra a nota defendendo um SUS cada vez mais forte, vacinação para todos e imediata adoção de medidas restritivas de circulação de pessoas.

MÉDIO PARAÍBA TEM LOTAÇÃO DE UTIS EM 77%
Em sua 22ª atualização, o Mapa de risco da Covid-19 apresentou piora em seus índices, em comparação aos dados do levantamento anterior (de 12 de março), quando o estado apresentava risco moderado de contágio, com regiões Noroeste, Metropolitana I e Centro-Sul na bandeira vermelha (risco alto).

No último levantamento, a situação da pandemia se encontra em risco alto no estado, sendo que na comparação do período analisado (28/02 a 06/03 com 07 a 13/03), o Rio de Janeiro apresentou uma redução do número de óbitos (-10%). Houve, porém, aumento de casos de internações por síndrome respiratória aguda grave (+20%). Já as taxas de ocupação de leitos no estado na última sexta-feira, dia 19, estão em 85,1% para leitos de UTI, e em 65,6% para leitos de enfermaria.

Ainda que apresente risco moderado de contágio, a região do Médio Paraíba está com uma taxa de 77% de ocupação nos leitos de UTI e de 50% para enfermarias. No entanto, a taxa de casos positivos da doença subiu 36,76%.

Fotos: Divulgação/SES-RJ

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