Em nota divulgada pelo Sindicato Estadual dos Profissionais da Educação (Sepe Resende) e pela Associação dos Profissionais da Educação Municipal de Resende (APMR) nas redes sociais nesta segunda-feira, dia 8, foi anunciada para a próxima quinta-feira, dia 11, o início da chamada “Greve pela Vida”, uma resposta contrária ao início das aulas no modelo híbrido de ensino de Resende nesta segunda-feira, e que também reivindica a vacina para todos, a reposição de perdas salariais e o cumprimento de 1/3 para adequação da carga horária. A decisão por unanimidade foi confirmada após uma assembleia virtual convocada neste sábado, dia 6, com a participação das duas entidades, e valerá apenas para as atividades presenciais.
No documento, as duas entidades destacam que “os profissionais da educação entendem que o governo municipal age de forma irresponsável ao colocar em risco a vida de toda a comunidade escolar no momento em que se aumenta consideravelmente no Estado do Rio de Janeiro a contaminação, a ocupação dos leitos por pacientes em estado grave e principalmente as mortes”. A nota se encerra convidando estudantes, seus responsáveis e cada resendense para “se juntarem a esta luta legítima pela manutenção daquilo que é mais precioso: a vida”.
A opinião das associações dos educadores também é compartilhada pelo segmento usuário do Conselho Municipal de Saúde de Resende (CMSR), que também emitiu uma nota no último domingo, dia 7, portanto antes do retorno das aulas presenciais. No texto publicado também pelas redes sociais, os usuários “vêm se manifestar contra a decisão do governo municipal de autorizar este retorno sem que a vacinação aos profissionais da Educação seja uma realidade”.
Para o CMSR, o momento ainda é crítico devido a uma série de fatore, entre elas as perdas em mais de 230 famílias resendenses de entes que morreram vítimas da covid-19; o fato do governo local ainda não ter ouvido os profissionais de educação em relação ao retorno presencial, a não citação do transporte público nos protocolos apresentados pelo governo municipal; fora a fiscalização insuficiente de protocolos e medidas não apenas nas escolas, mas em toda a cidade. Os usuários reafirmam serem favoráveis ao retorno presencial apenas quando os profissionais de educação estiverem vacinados.
“Acreditamos que o governo deve garantir meios e acesso aos meios remotos para o atendimento necessários às aulas à distância para garantir a segurança desses profissionais, mas sobretudo das crianças e suas famílias”, finaliza a nota.
A decisão de profissionais da educação e dos usuários do CMSR tem base nas estatísticas apresentadas pelos boletins diários sobre a covid-19. Segundo dados apresentados no final da tarde desta segunda-feira, dia 8, Resende tem mais de 7,4 mil casos de infecção confirmadas, com 236 mortes. O número de infectados cresceu em quase 2 mil pessoas a mais do que o registrado há um mês, quando havia mais de 5,4 mil infectados e quase 200 mortes (30 casos a mais neste mês), o que reforça essa preocupação.
Até o momento, são mais de 3,2 mil pessoas vacinadas, o que representa metade da população infectada com a covid-19. Os profissionais da educação, no entanto, ainda não estão incluídos entre os grupos prioritários, o que estará previsto para acontecer na quarta fase, segundo cronograma do Ministério da Saúde.
QUASE 50 CASOS EM ESCOLA PAULISTA
Em Campinas, município do interior paulista, algumas escolas particulares que retomaram as aulas presenciais em sistema de rodízio tiveram que suspender aulas conforme noticiaram alguns canais de imprensa. Em uma dessas instituições de ensino 47 pessoas, entre alunos, professores e outros funcionários foram infectados pela covid-19. As aulas presenciais tiveram de ser suspensas até o próximo dia 18, mas que esse prazo pode ser modificado por algum órgão responsável.
