
Em agosto de 2018, o jornal BEIRA-RIO entrevistou a master coach resendense Caroline Shalitari, que se preparava para cursar dois mestrados em São Francisco, no Estados Unidos, na região do Vale do Silício. Nos últimos anos, a master coach – que é filha de uma servidora pública e um advogado – atuou como coach e consultora de negócios para a Organização das Nações Unidas (ONU) trabalhando diretamente com empreendedores sociais na África, trabalhou em Incubadora de Startups de Impacto Social buscando soluções de negócio para problemas sociais reais no Vale do Silício e também para uma startup de tecnologia (Microsoft Partner) resolvendo problemas de desde pequenas startups até gigantes corporações. Hoje é Mestra em Negócios Internacionais e Inovação Disruptiva trabalhando nos prédios do Google em Palo Alto, além de se dedicar à empresa que ela própria criou, a Awake Strategy.
Essa mesma empresa, que tem como missão “formar líderes de grande potencial para criarem um genuíno impacto positivo através dos negócios”, promove entre os dias 21 e 25 deste mês a “Awake Strategy Week – Estratégias de Despertar para o Sucesso dos Negócios”, uma semana voltada a palestras com especialistas (entre eles estão dois brasileiros) que destacarão o tema principal do evento, a importância do propósito de vida dos fundadores de startup para sucesso nos negócios, além de promover a conexão direta do Vale do Silício com o Brasil.
Caroline cita dois estudos que apontam a necessidade desse propósito de vida. “Segundo a CBInsights, quase 50% das startups falham porque criam algo que o mercado não quer e 29% delas falham porque acaba o dinheiro investido. Outro estudo muito importante é o realizado pelo professor de Harvard, Noam Wasserman, autor do livro “The Founder’s Dilema”, que diz que 65% das startups falham devido a problemas entre as lideranças, e que a maioria dos desafios internos das empresas provém de Feridas Auto Infligidas”.
Para ela, o problema encontrados nas startups muitas vezes não tem a ver com a tecnologia errada, falta de dinheiro, falta de diploma universitário ou metodologia, e sim com as falhas humanas, pelo fato dos próprios empreendedores “não se conhecerem o suficiente”. “E se essas perguntas parecem muito difíceis para responder, foi exatamente por isso que o conceito de Nascente (um tipo de pré-incubadora de empresas) foi criado”.
Questionada sobre como vê o trabalho das startups, comparando os Estados Unidos com o Brasil, ela acrescenta mais um obstáculo em nosso país.

– Eu resumiria dizendo que startups no Brasil enfrentam mais dificuldade com burocracia, carga tributária e desenvolvimento de uma cultura organizacional adequada do que startups do Vale do Silício, e isso tudo parte de como abordamos o problema. E é por isso que temos diversos parceiros, inclusive advogados, para apoiar nessa jornada. E se pararmos pra pensar, todos esses desafios também são oriundos da nossa cultura, que é bem diferente da daqui do Vale. Aqui, eu diria que o mindset é muito mais aberto a resolver problemas antigos de forma diferente e isso é um fator muito importante para qualquer inovador. E quando eu digo “problemas” é qualquer problema mesmo, desde desafios intrapessoais, desafios no negócio, de relacionamento, etc.
Os interessados em participar e assistir as palestras com nomes do Vale do Silício podem acessar o link do site e realizar a inscrição de forma gratuita até o próximo dia 20. As informações poderão ser obtidas tanto na página do evento quanto nas redes sociais da empresa e da Caroline Shalitari, entre elas as biografias dos palestrantes.