Parque Estadual da Pedra Selada terá espaço em memória dos índios Puris

O Parque Estadual da Pedra Selada (PEPS), localizado em Resende, contará em breve com um memorial dedicado aos índios Puris, que foram os primeiros habitantes da região. O anúncio foi feito pela historiadora e descendente da etnia indígena Aline Rochedo Pachamama, durante uma live da qual participou, do Comitê pela Transparência e Controle Social de Resende (ComSocial) com o tema “Mantiqueira, Resende e Meio Ambiente”, na última quinta-feira, dia 4, véspera do Dia Mundial do Meio Ambiente, ao lado do jornalista e professor Alvaro Britto, e da presidente do comitê, Ana Lúcia Corrêa. Durante o evento, uma internauta perguntou sobre o prazo para a abertura desse memorial. A historiadora Puri falou mais sobre esse trabalho que pode ser conferido abaixo.

O jornal BEIRA-RIO entrou em contato com a coordenadora do PEPS, Adriana Fontes, que contou como veio a ideia de se criar um centro de memória Puri. “Dentro do planejamento estratégico do Inea (Instituto Estadual do Ambiente) junto a Unidade de Conservação havia em 2018 uma oportunidade para exposição permanente para a implementação do Centro de Visitante. Com isso, decidimos contar a história da região de Visconde de Mauá até a criação do Parque Estadual da Pedra Selada. O início dessa história seria com os primeiros habitantes dessa região que eram os índios puris”.

No entanto, conforme relata Adriana, mudanças no governo estadual e também a crise gerada no território fluminense provocaram a paralisação do projeto. Até que no final do ano passado a coordenadora conheceu Aline Pachamama durante um evento da Associação dos Produtores Rurais da Região de Visconde de Mauá (Aprovim).

– No ínicio desse ano foi quando nos aproximamos mais e ela me contou sobre a ideia de fazer uma grande oca que seria o espaço de memória. Eu topei na hora. A vontade de fazer alguma coisa sobre os Puris tem 1 ano e meio, mas a conversa sobre o espaço de memória foi esse ano – recorda.

Segundo a coordenadora, ela chegou a pensar em uma área específica do parque para abrigar o projeto do memorial quando a historiadora explicou que precisaria de um espaço. “Quando a Aline disse que precisava de um espaço, eu pensei no Bosque do Visconde, que é um atrativo do parque onde trabalhamos a educação ambiental com alunos de diversas esferas de ensino. O Bosque é um fragmento do Parque com 36 hectares, parte com mata preservada e parte com área degradada onde trabalhamos diversos tipos de regeneração”.

Ainda que não esteja diretamente ligada às origens dos Puris, Adriana diz que a criação do memorial dentro do PEPS tem algum sentido, uma vez que o espaço a ser criado “tem tudo a ver com o local onde esses eles viviam”. Com a pandemia do novo coronavírus, ainda não há uma previsão estimada de quando esse memorial estará acessível a população.

– A pandemia atrasou um pouco as coisas, mas acredito que tudo tem a sua hora, já que o projeto se divide em algumas metas e uma delas é a construção de uma grande oca, e para isso, precisamos de tempo e cumprir algumas etapas antes.

Adriana encerra a entrevista falando que a presença de Aline “foi um achado” . “O projeto, a ideia, o merito é todo dela. Eu só vi várias oportunidades para o Parque e para a região. Hoje me considero uma ambientalista em desenvolvimento e penso que todas as pessoas deveriam prestar mais a atenção nas questões da natureza e os índios fazem parte disso. A Aline não gosta da expressão ‘resgatar’ mas eu penso que é necessário aprender com eles e como os seus costumes”, conclui.

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