Quarentena

E segue a quarentena. Escrevo após o pronunciamento do Presidente da República, Jair Bolsonaro – O Patético, na noite dessa quarta-feira, dia 8. Imagino que o apelido deva desestimular alguns leitores a seguirem em frente. Uma pena. Alguns até são pessoas com as quais me relaciono bem. Mas fazer o que? Se algumas dessas pessoas deram, para, em determinado momento de suas vidas, a acreditar em Kit Gay, mamadeira peniana e até que a Terra é plana?!!!).

Mas voltando ao pronunciamento, foi mais uma daquelas falações que não apontam para nada mais ou menos plausível, sensato. O que se viu, foi mais uma vez o discurso de alguém que aparentemente não tem mais comando sobre nada. À tarde, ele vomitara mais uma sandice comum a seu estilo afirmando num daqueles programas que exploram o mundo cão na TV, que quem tem menos de 60 anos não tem com o que se preocupar, que “cada família que cuide dos seus idosos”, e que não podem transferir isso para o Estado. Lindo, não?

Essa lindeza de afirmação de um presidente da república viria ratificar as especulações que correram durante o dia, de que ele iria decretar o fim do isolamento. O próprio Ministro da Saúde já dera mostras de que uma ordem superior, não de Bolsonaro, claro, o colocara no seu devido lugar. Baixou a bola e chegou a dizer que a palavra final era do Bozo. Mas aí veio o STF, que em atendimento a uma ação movida pela OAB, definiu que o Presidente não têm poder para barrar as medidas de isolamento social determinadas por governadores e prefeitos.

E eu me pego a refletir: se o cara está isolado, perdeu o poder, se uma pesquisa Datafolha já mostrou que 76% das pessoas aprovam a quarentena, o isolamento amplo, outra pesquisa mostrou que 17% dos que votaram nele estão arrependidos (o que ainda acho pouco) e que 39% consideram seu Governo ruim ou péssimo, o que iria ele falar na TV, além de fazer média com seu gado, os bolsominions? Lamentável. Mas o que restou para a ‘Rainha da Inglaterra’, ou ‘Bobo da Corte’, como queiram, foi mesmo ser lobista da Cloroquina. Cloroquina, o remédio para tratar Malária e Lúpus e que ainda não tem estudos conclusivos sobre sua eficácia para ajudar no tratamento da Covid-19.

O mesmo remédio que é propagandeado pelo presidente dos USA, Donald Trump que segundo matéria do jornal New York Times, é um dos acionistas da Sanofi, a indústria farmacêutica francesa que detém a patente da droga. O topetudo faz propaganda do remédio e seu país é um dos mais castigados pela pandemia. Lá não funciona? Mas e o Bolsonaro? Faz propaganda por quê? Só para agradar o patrão ou terá uma comissão nas vendas? Ou…eu hein! Lembram do “I Love you??”.

Estante:

Marte morreu porque os marcianos quiseram

Dia 23 de abril, é dia de São Jorge, mas é também o Dia Mundial do Livro e do Direito do Autor, e por conta disso, aproveito para dar uma dica de livro. Quando estiver chegando dia 23, que também é dia de Ogum, espero poder passar alguma informação sobre eventos relativos à data (embora, ache praticamente impossível haver grandes festejos em homenagem ao Orixá vencedor de demandas, devido à quarentena).

O Livro em questão, ‘Marte morreu porque os marcianos quiseram’, é uma obra de ficção do escritor carioca, Alper Tadeu Alves Pereira. O protagonista passeia suas desventuras pelos bastidores do Poder. O livro publicado pela Chiado Books, pode ser adquirido clicando aqui.

Trecho:
“Brasília. Em uma segunda-feira chuvosa, embarquei rumo ao centro do poder com o dr. Cabreiro a tiracolo, cujo ar pesado demonstrava que as revelações da vida pessoal e do comportamento compulsivo tinham sido demasiadamente íntimas para o estagiário que ele mal conhecia, mas era obrigado a suportar por encargo profissional”.

Ficha técnica: ‘Marte Morreu Porque os Marcianos Quiseram’ Editora: Chiado Books. Páginas: 254; Preço: R$ 39,00

 

Sobre o autor:
Alper Tadeu Alves Pereira nasceu em 1968, no Rio de Janeiro. Advogado navegando à deriva em um mundo de sombras e tons de cinza, sempre teve nas artes o refúgio para a desesperança, sobretudo ao lidar com a vaidade e ambições desmedidas. A imaginação, combustível que alimenta o universo em que orbita, é o seu maior aliado, enquanto a jornada não se encerra. Facebook: AlperTadeu Instagram: @escritoralperpereira

 

Foto do Bolsonaro: Carolina Antunes/PR/Flickr

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