Davi x Golias
Estive esta semana no sebo, Gregas e Troianas (originalmente Gregos e Troianos) do bravo casal Luciano Gonçalves e Mariângela Ribeiro, no Jardim Jalisco (vizinho do boteco do Ribamar, outra figura que admiro muito). Por questões de logística, tenho andado pouco por aqueles lados, e visitado pouco os dois endereços, o que é lamentável. A ‘Gregas e Troianas’ é daqueles locais para entrar e se perder, tal a oferta de leitura, música e entretenimento de qualidade que vemos por lá. Em conversa com Luciano fiquei sabendo do processo que o bispo Edir Macedo, da Igreja Universal move contra ele e sua livraria/sebo. A ação foi originada em represália ao banner colocado na entrada da loja, em que são convidados racistas, machistas e homofóbicos a entrarem, pois ali é um espaço destinado a oferecer ajuda a quem estiver disposto a ser livrar de preconceitos. O banner convida também a entrar, aquelas pessoas “que não consideram a obra de Jair Bolsonaro, Silas Malafaia e Edir Macedo uma vergonha para a humanidade”. Bastou, para que o poderoso multimilionário chefe da IURD mostrasse toda a sua intolerância contra uma legitima manifestação de pensamento e opinião, o que é garantido por nossa Carta Magna. Uma peça de refinada estratégia de propaganda que certamente seria aplaudida em esferas profissionais de publicidade. O assunto já rendeu matérias até na imprensa internacional, como na BBC, por exemplo, e um abaixo assinado na secure.avaaz.org em solidariedade ao casal foi criado por um pessoal de Campinas (SP) e está circulando pelas Redes. Eu já assinei. Todo apoio a Luciano e Mariângela nessa luta contra os superpoderosos. Fundas e pedras a postos.
Música na feira, nota 10
Domingo fui à feira de Campos Elíseos, e depois que madame ‘M’ fez as necessárias compras naquela pechincha clássica, me aboletei junto ao deck para apreciar a música na feira, que era ‘Choro’, com o grupo “Nós nas Cordas”. Choro é um gênero que me emociona. Gosto muito e João Paulo Sete Cordas com um grupo bem afiado que tinha Gabriel, Jacson, Vitor entre outros craques levou a sessão com muita competência. A música na feira, que começou com uma iniciativa dos músicos Aldair Almeida e Nelson Valente, com apoio do secretário de indústria e comercio, Tiago Diniz, encorpou e agora com a participação da Casa da Cultura, que tem no comando a fera, Thiago Zaidan, parece ter decolado de vez. É um ótimo programa ir, nas manhãs de domingo à feira livre da Avenida Nova Resende, em Campos Elíseos. Por estar ocupado nos domingos anteriores perdi a Rafaela, o excelente PH-Trio do Rafael, do Troina e do Cepas e também a volta do grande Jairão Queiroz a Resende. E por falar em Zaidan, o homem está colocando a cidade para ouvir música, direto. Grande trabalho. Meus aplausos.
Rumo ao ralo
Enquanto ainda se discute a mais recente batatada de algum membro do atual governo federal, o dito cujo (governo?) continua trilhando seu caminho, em busca da meta de tornar nosso país uma mera colônia do grande capital internacional. O recente episódio da assinatura de um acordo entre Mercosul e União Europeia, parece ser, na visão de quem entende um pouco mais do riscado, outro grande passo nesse sentido. O acordo que envolve muito mais do que uma simples relação de exportação e importação de produtos, vem sendo costurando há pelo menos duas décadas, tal a sua complexidade, que envolve, acima de tudo a soberania dos países do Mercosul, com destaque para o nosso, claro . Agora, vem esse espantalho, que ocupa a principal cadeira executiva do país e assina, ou pelo menos se gaba de ter assinado, o tal acordo. E tudo meio às escuras. Ninguém sabe ao certo o que foi feito. Produtores de vinho do sul do país já estão preocupados. O economista Luiz Carlos Bresser Pereira se alça a comentar e analisar o que foi feito. Ele que já foi ministro e, certamente, esteve participando dessa negociação em outra ocasião, acredita que, como a União Europeia sempre quis entrar de sola no mercado sul americano, é praticamente certo que o acordo venha a nos tornar meros exportadores de commodities e importadores de produtos industrializados. Noves fora, nossa indústria vai pras pinças. Nada que espante em se tratando da política de vender o país, iniciada por Temer e continuada pelo tonto que alguns chamam de mito. E eu acredito. É mito, não é verdade.
PS: e os 49 quilos de cocaína encontrados no avião presidencial, que foi notícia até na imprensa internacional? Ninguém fala? Imaginem se fosse quando Lula era presidente! A Globo estaria produzindo horas de matérias no JN, no Jornal Hoje, no Fantástico e etc. E seus comentaristas na Globo News e CBN, certamente, já estariam pedindo o enforcamento do ‘Sapo Barbudo’ em praça pública
