CCRR: interditado e abandonado, clube vira esconderijo de usuários de droga

Clube se encontra em estado de abandono: mato alto já domina o local, tanto na entrada quanto nos fundos, onde uma passagem pode ser vista

Em outubro de 2017, a história de um clube começou a se perder em Resende. O Corpo de Bombeiros interditava na ocasião as dependências do Centro Cultural Recreativo Resendense, conhecido como CCRR, localizado no Centro. A notificação afixada na entrada do clube, que fica na Rua Timburibá, avisava que “não foram cumpridas as exigências formuladas numa ultima notificação”.

Nas redes sociais, um internauta, à época, disse: “Em respeito a nossa história, esperamos que sejam problemas pequenos e fáceis de serem reparados”. No entanto, quase um ano e meio depois, o clube segue interditado e abandonado.

– É um descaso total com a História de Resende. O CCRR é um dos clubes mais emblemáticos da cidade do nosso município, e foi local de vários eventos importantes para a História resendense. O estado atual do clube, demonstra um descaso impressionante, por parte dos associados e dirigentes. É lamentável o que está acontecendo, e ninguém fazer nada! – criticou outro internauta, também nas redes sociais.

Ele chega a criticar os dirigentes eleitos, os associados e ainda pergunta sobre o poder público, que segundo o mesmo “poderia tentar revitalizar o clube, como marco histórico que é na sociedade resendense, e utilizá-lo para eventos desportivos e culturais”.

Como se não bastassem o abandono e o descaso, além do matagal, do lixo, das piscinas sujas, portas arrombadas e das marcas de pichações, a sede do clube também virou uma espécie de quartel-general para usuários de drogas. É o que têm relatado nos últimos dias os funcionários e proprietários de um escritório de advocacia vizinho ao CCRR, relatando um episódio do último dia 7.

– Quebraram algumas janelas daqui atirando pedras, isso na semana do carnaval. No dia 7, um dos homens apareceu aqui em dois horários, pela manhã e depois na parte da noite. Ele costuma aparecer por aqui com vários cães. Por aqui o pessoal o conhece, creio que seja um usuário de droga – descreve uma funcionária.

Escritório de advocacia sofre com a criminalidade: homens tentaram invadir local arrebentando cerca elétrica, quebrando janela e tentando arrombar porta

Um dos proprietários confirmou a informação. “A gente vê vários usuários entrando e saindo do CCRR, e um deles chegava a urinar em frente a porta do clube. Dizem que são uns quatro que costumam passar por aqui, mas que apenas dois deles praticam o furto. Eles, na verdade, usaram a estrutura do clube e uma casa ao lado que não tem morador pra chegarem ao quintal do escritório”, conta.

O proprietário diz que nesta quinta-feira, dia 21, viu os mesmos homens andando pela Praça Oliveira Botelho e no coreto da praça. Ele também conta que alguns furtos chegaram a ser praticados no imóvel. “Na oficina que funciona embaixo do escritório, furtaram as ferramentas que um funcionário daqui utilizava para fazer reparos aqui no escritório. Além de quebrarem os vidros das janelas, tentaram arrombar a porta da cozinha, destruiram parte da nossa cerca elétrica, as câmeras e o sistema de alarmes”, contabiliza.

Nos fundos do CCRR, vizinhos e amigos da Avenida Kennedy, informaram que em um dos portões há uma “passagem secreta”, na verdade um buraco na estrutura, para os homens citados pelo proprietário do escritório. O mesmo se encontra localizado na curva da avenida, em uma calçada com matagal e muita lama. Além dele, outro portão dos fundos se encontra repleto de mato alto na sua entrada.

INDICAÇÃO NA CÂMARA
O jornal BEIRA-RIO entrou em contato com o vereador Caio Sampaio (Rede), que no último dia 12 teve uma indicação votada e aprovada recentemente para que haja uma municipalização do clube. A indicação nº 017/2019 é na verdade uma “Solicitação de estudo de viabilidade para municipalizar o CCRR”. “Na verdade eu fiz uma indicação pra municipalização do clube pela prefeitura. Propus um estudo de viabilidade para que o município analise se vale a pena ou não encampar o clube, para que a população de Resende possa ter um local público de diversão e cultura.

Apesar de reconhecer que há outras prioridades, Sampaio justifica que o clube, parte da história de Resende, está abandonado, gerando vetores de doenças e crimes. “Não posso, como um resendense que sou, ver o clube acabar, razão pela qual, fiz esta indicação ao prefeito. Hoje o clube acumula problemas e dívidas e o cidadão resendense não tem um clube público pra se divertir. Acho que, com um pouco de boa vontade já que o governo anunciou superávit, é possível sim termos um clube público em Resende”, completou.

O jornal entrou em contato com a Prefeitura de Resende, que ainda não se pronunciou sobre o assunto.

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