Incêndio destrói prédio do Museu Nacional

Bombeiros seguem controlando as chamas

Ainda segue em andamento o trabalho do Corpo de Bombeiros no combate às chamas de um incêndio de grandes proporções no Museu Nacional. O imóvel, localizado na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro começou a pegar fogo por volta das 19h30 deste domingo, dia 2, e segue destruindo as instalações da instituição que completou 200 anos neste ano e já foi residência de um rei e dois imperadores. Calcula-se que o acervo tenha cerca de 20 milhões de itens, que estão sendo destruídos pelo fogo.

Segundo a assessoria de imprensa do museu e o Corpo de Bombeiros, não há feridos, já que os quatro vigilantes que estavam no local conseguiram sair a tempo. As causas do incêndio, que começou após o fechamento para a visitantes, serão investigadas. A Polícia Civil abriu inquérito e repassará o caso para que seja conduzido pela Delegacia de Repressão à Crimes de Meio Ambiente e Patrimônio Histórico, da Polícia Federal, que irá apurar se o incêndio foi criminoso ou não.

O trabalho de combate às chamas, no entanto, teve um agravante: houve falta de carga d’água nos hidrantes, obrigando os bombeiros a pedir caminhões-pipa para auxiliar no combate ao incêndio. O problema, segundo o comandante-geral, coronel Roberto Robadey Costa Junior, atrasou o trabalho em cerca de 40 minutos e fez com que até a água do lago da Quinta da Boa Vista fosse utilizada no controle das chamas.

Pesquisadores e funcionários do Museu Nacional chegaram a se reunir com o Corpo de Bombeiros para tentar auxiliar no combate das chamas. O objetivo foi orientar o trabalho dos bombeiros numa tentativa de impedir que o fogo chegasse em uma parte do museu que contém produtos químicos. Alguns deles são inflamáveis e usados na conservação de animais raros.

Em nota, o Ministério da Educação lamentou “o trágico incêndio ocorrido neste domingo no Museu Nacional do Rio de Janeiro, criado por Dom João VI e que completa 200 anos neste ano. O MEC não medirá esforços para auxiliar a UFRJ no que for necessário para a recuperação desse nosso patrimônio histórico”, diz o comunicado.

O diretor do Museu Histórico Nacional, Paulo Knauss, considerou o incêndio “uma tragédia”. “É uma tragédia lamentável. Em seu interior há peças delicadas e inflamáveis. Uma biblioteca fabulosa. O acervo do museu não é para a história do Rio de Janeiro ou do Brasil. É fundamental para a história mundial. Nosso país está carente de uma política que defenda os nossos museus”, afirmou.

O Museu é uma instituição autônoma, integrante do Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro e vinculada ao Ministério da Educação. Como museu universitário, vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), tem perfil acadêmico e científico.

Museu foi casa da Família Imperial no Brasil, é a instituição cientifica mais antiga do país

Ele contém um acervo histórico desde a época do Brasil Império. Destacam-se em exposição, entre várias atrações, o mais antigo fóssil humano já encontrado no país, batizada de “Luzia”; a coleção egípcia, que começou a ser adquirida pelo imperador Dom Pedro I; a coleção de arte e artefatos greco-romanos da Imperatriz Teresa Cristina e as coleções de Paleontologia que incluem o Maxakalisaurus topai, dinossauro proveniente de Minas Gerais.

De acordo com a assessoria de imprensa da UFRJ, o reitor Roberto Leher, diretores e diversos especialistas do Museu Nacional foram à Quinta da Boa Vista acompanhar o trabalho de combate ao incêndio. Eles estão auxiliando os bombeiros a identificar a localização dos diversos itens do acervo do museu, e vários itens já foram retirados. A assessoria do reitor afirmou que ele está acompanhando os trabalhos e, por isso, ainda não poderia se pronunciar.

Apesar de sua importância histórica, o Museu Nacional também foi afetado pela crise financeira da UFRJ e está há pelo menos três anos funcionando com orçamento reduzido.

Fonte: G1

Foto: G1/Alexandre Durão e Reuters/Ricardo Moraes

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