Sábado é dia de debater os problemas de Resende no Congresso do Povo

Paróquia São Judas Tadeu, na Itapuca, receberá o Congresso do Povo em Resende

No próximo sábado, dia 4, será realizado em Resende o Congresso do Povo. Segundo os organizadores do evento, o mesmo é uma maneira do povo brasileiro convocar e instituir seu próprio Congresso, “como parte de um grande processo pedagógico das massas populares”.

– A gente pretende abrir muito espaço para as pessoas falarem, levarem seus problemas, suas necessidades, inclusive para aquelas pessoas que têm dificuldade em falar, se expressar, através de um mural onde depois estaremos recolhendo as informações escritas por elas. Também terá roda de conversa e plenária final, onde todos terão a oportunidade de falar-explica um dos integrantes da comissão organizadora, Alvaro Brito.

Caso seja possível, ele antecipa que dependendo do número de pessoas presentes elas poderão ser divididas em grupos, de acordo com as faixas etárias, organizações sociais ou grupos étnico-raciais e comportamentais. “A ideia do congresso é um processo, na verdade é um pontapé inicial de articulação dos setores populares da cidade, e também é um processo cumulativo, já que após os congressos municipais, haverá os estaduais e por último o congresso nacional

Ele reitera “que a ideia também é discutir a realidade de Resende, seus problemas, apontar soluções e sair dele com algum nível de organização do setor popular”.

Alvaro também destaca que o Congresso do Povo é aberto ao público em geral, independente da preferência eleitoral, partidária ou não. “O Congresso é do povo, portanto, todas as opiniões serão bem vindas. A ideia é que independente de governo, partido ou Presidente da República, as classes populares se organizem, elas tenham a capacidade de estar construindo e apresentando o seu projeto na sociedade, convencendo os governos de levá-lo a realidade, ou então pressionando os governos, se for o caso”.

Ele acredita que se o país tivesse mais movimentos sociais organizados e elaborando propostas, os governos poderiam trabalhar melhor pela população e evitariam as alianças político-partidárias que originaram a crise política no Brasil, culminando com a saída de Dilma Rousseff e a perda de direitos das classes populares, além da crise econômica, com o aumento do desemprego. “O processo eleitoral é importante, a gente precisa votar, mas a gente precisa se organizar enquanto classe popular, especialmente quem mais sofre com as políticas que estão sendo implementadas no país”, acrescenta.

O Congresso do Povo, segundo Alvaro, terá espaço para todos os assuntos a serem debatidos pelo público, ainda que a organização destaque que segurança e transporte deverão ser os assuntos mais lembrados, já que seriam os dois principais problemas a serem enfrentados pelos resendenses. “Mas isso vai depender do que elas quiserem debater na hora, o congresso será construído na hora em que acontecer. Não há necessidade de se confirmar presença antecipada”

O evento de sábado contará em sua mesa inicial com as presenças de um representante da comissão organizadora do Congresso do Povo estadual, de representantes dos segmentos de Resende, entre elas uma representante negra e outra da comunidade LGBT. O congresso também pretende discutir a criação de um Comitê de Resende da Frente Brasil Popular, para articular movimentos sociais e lutadores da cidade. Nesta terça-feira, dia 31, a comissão organizadora local acerta os últimos detalhes para a realização do congresso, em especial a divulgação do evento.

A produtora cultural Beatriz Pimentel, de 19 anos, confirmou participação no evento de sábado, e fala sobre a falta de união da população e a expectativa com o Congresso do Povo. “A população em geral é desunida e a mobilização é escassa, a política virou um assunto onde todos querem falar e poucos querem ouvir e aprender. Nesse congresso, com varias pessoas diferentes falando sobre assuntos em comum, vai ser um espaço de trocas e reciprocidade. Entendo que todo ser é um ser político e ver corpos e seres políticos atuando e se mobilizando juntos é de extrema importância pra reconstrução do pensamento de todos nós acerca da política”, respondeu.

Beatriz revela que o grupo do qual representará pretende abordar dois assuntos: a desmobilização e a falta de incentivo à cultura, além da falta de representatividade LGBT.

– Resende deixa a desejar com a falta de mapeamento dos agitadores e produtores culturais do munícipio e por consequência não consegue atender às demandas da população em relação à cultura (apresentado apenas semana passada na Fundação Casa da Cultura Macedo Miranda). E em relação à representatividade LGBT é justamente a falta dela, não temos vereadores nem representantes LGBT em Resende. Essa pauta não é levantada em período eleitoral, poucos profissionais de saúde e educação sabem como se dirigir à um homo/bissexual ou um transsexual sem causar constrangimento, falta de locais de entretenimento seguros, pois não podemos confiar na segurança pública, entre varias outras demandas que não podem ser atendidas por falta de uma representatividade LGBT em cadeiras de conselhos e na câmara – completa.

O Congresso do Povo de Resende começa às 9 e vai até às 13 horas, na Comunidade São Judas Tadeu, no bairro Itapuca. O evento é aberto para toda a população em geral.

Fotos: Reprodução/Brasil de Fato e Redes Sociais

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