Alerta para sarampo!

A Prefeitura da cidade do Rio de Janeiro emitiu este mês um alerta epidemiológico alertando sobre o ressurgimento de casos de sarampo, antes considerada uma doença erradicada, no Brasil. Segundo o boletim, o maior número de casos foram registrados entre abril e maio nos estados de Roraima e Amazonas, que fazem fronteira com a Venezuela.

Desde 2017, o país vizinho vem enfrentando surto da doença. Além disso, o boletim destaca que a questão sociopolítica econômica e a proximidade geográfica, justificam o intenso fluxo migratório de venezuelanos, que aliada a elevada contagiosidade, tem permitido a propagação do vírus para a população suscetível desses dois estados brasileiros.

Até o dia 22 de abril, foram confirmados 80 casos para sarampo, sendo 24 brasileiros em Roraima. No Amazonas, até 5 de março foram confirmados, 142 casos, todos brasileiros.

O sarampo é uma doença viral febril aguda, e altamente transmissível, que acomete principalmente indivíduos não vacinados em qualquer faixa etária. Sua transmissão é direta de pessoa a pessoa, através de secreções nasofaríngeas expelidas ao tossir, espirrar, falar ou respirar.

Ainda que não tenha registrado nenhum caso suspeito ou confirmado, o documento emitido pela Secretaria de Saúde também informou que procura intensificar a Vigilância Epidemiológica do Sarampo no Município do Rio de Janeiro orientando “que os profissionais de saúde se mantenham atentos e sensíveis na identificação precoce de casos suspeitos, principalmente em viajantes para os locais que passam por surtos da doença, e procedam à notificação/comunicação imediata (em até 24 horas) ao serviço de vigilância em saúde local”.

EUROPA E ÁFRICA REGISTRAM MAIOR NÚMERO DE CASOS
Atualmente, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os países com maior número de casos confirmados nos últimos anos, localizam-se no continente africano e europeu. Em 2018, onze países das Américas notificaram casos confirmados de sarampo, são eles: Antígua e Barbuda, Argentina, Canadá, Colômbia, Equador, Estados Unidos, Guatemala, México, Peru e Venezuela (que atravessa um surto desde 2017). No Brasil, até o momento, os Estados de Roraima e Amazonas estão enfrentando surto de sarampo. Até o dia 22 de abril, foram confirmados 80 casos para sarampo, sendo 24 brasileiros em Roraima. No Amazonas, até 5 de março foram confirmados, 142 casos, todos brasileiros.

Além do Amazonas e Roraima, o Rio Grande do Sul registrou seis casos, todos importados. O primeiro foi em uma criança de 1 ano, não vacinada, que se contaminou em uma viagem pela Europa. Os outros casos estão relacionados a uma estudante que esteve em Manaus, no Amazonas, e as outras quatro pessoas infectadas estão vinculadas a ela. Mais dois casos estão sendo investigados.

No Estado do Rio de Janeiro, o último caso autóctone de sarampo foi no ano 2000, desde então houve apenas registro de casos importados. Na cidade do Rio de Janeiro, os últimos casos importados foram registrados em 2014.

A Secretaria defende que a vacina contra o sarampo é a medida de prevenção mais eficaz. A vacina Tríplice Viral (SCR), disponível em Clínicas da Família e Centros Municipais de Saúde em todo o Brasil, é indicada para indivíduos na faixa etária de 1 a 49 anos, com exceção de gestantes e imunodeprimidos.

Este é o segundo alerta epidemiológico contra doenças preveníveis no Brasil. A Sociedade Brasileira de pediatria (SBP) também fez um alerta no país para o reaparecimento da poliomielite na Venezuela, em aldeias indígenas no interior do país, e que antecipou a campanha anual de vacinação em estados como o Amazonas.

O jornal BEIRA-RIO entrou em contato com a Secretaria de Estado de Saúde do Rio de Janeiro e com a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), mas até o momento ainda não se pronunciaram em relação ao caso.

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