Apesar de irregularidades, fazenda que cria jacarés segue funcionando em Barra Mansa

Um criadouro de jacarés-de-papo-amarelo foi alvo de investigação na manhã desta quarta-feira, dia 18, em Barra Mansa. Membros das ONGs Amigas dos Animais, de Volta Redonda, e SOS Fauna, de São Paulo estiveram na sede da Fazenda Bonsucesso, onde funciona o criadouro. Integrantes da ONG de Volta Redonda informaram que receberam há um mês uma denúncia em sua página e foram ao local averiguar, e realizaram um R.O. na 93ª DP, que fez uma operação junto a uma equipe formada por biológos, veterinários, policiais civis e agentes da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente estiveram presentes.

Durante a visita do grupo, segundo a ONG, uma bióloga teria identificado irregularidades. Para isso, os peritos coletaram amostras da água dos tanques e da carne usada para alimentar os animais. O delegado-adjunto de Volta Redonda (93ª DP), Marcello Russo, citou que existem vários indícios de crime ambiental.

– Fizemos a ocorrência, depois da denúncia, e montamos um aparato para vir verificar. Convidamos a Delegacia de Crimes Ambientais, da Capital, para participar conosco. O número excessivo de animais por tanque. Não tem sombra, água com resíduos sólidos, superior a poluição do Rio Tietê. A temperatura e PH também estão alterados, segundo a bióloga. Isso é crime de maus tratos a animais. Ele não apresentou a licença ambiental do Ibama, no momento que pedimos. Ele disse que está com o advogado. A alimentação não é adequada. Segundo a bióloga estaria podre. Além do descarte da água em afluentes próximos, o que também é irregular – frisou o delegado.

A equipe do jornal BEIRA-RIO ouviu um dos proprietários da Fazenda Bonsucesso, o médico veterinário Glenn Collard. Ele justificou que os cerca de 1,8 mil jacarés citados superlotaram os 24 tanques da fazenda devido a falta de um abatedouro para os animais, depois que a empresa que fazia o abate fechou. Segundo ele, a propriedade vem procurando novas opções de abates em São Paulo e Rio de Janeiro. Collard nega que a empresa tenha fechado, como foi publicado em outros jornais.

Em relação às análises feitas na água durante a vistoria, o proprietário assumiu que as mesmas serão feitas, mas que existe um controle da qualidade da água despejada no Ribeirão Bonsucesso, que passa pela fazenda. “Faremos algumas adequações ao que nos foi solicitado!”, disse, se referindo à água e aos demais ítens verificados. Ele reafirmou que a documentação que autoriza o funcionamento do criadouro está com os advogados envolvidos na defesa e na transferência que foi Feita do Ibama para o Inea recentemente.

Foto: Rose Gomes/Reprodução TV Rio Sul

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