A passeata do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) nessa terça-feira, dia 31, trouxe até um alento. “Será que o país vai reagir?” Realmente foi empolgante a caminhada de quase trinta mil pessoas cruzando o centro de São Paulo e seguindo até o Palácio dos Bandeirantes, aonde reina o blindado Geraldo Alckmin (o escândalo das merendas foi arquivado, mais um ponto para o pulha).
Realmente o que vem acontecendo com o país nos últimos dias assusta e deveria indignar a todos, se é que ainda há capacidade de indignação. Parece que o MTST ainda tem esse impulso de peitar a ditadura que estamos a cada dia constatando, estar definitivamente instalada por aqui. Assim como estudantes e professores da UERJ que também foram às ruas por aqui.
Vivemos tempos ruins, de retrocesso. De passos largos rumo à barbárie. Agora, além da censura a exposições em museus e outras bobagens típicas de um puritanismo Quaker, temos que conviver com cenas que remontam aos ‘anos de chumbo’ como a proibição de shows de artistas como ocorreu com Caetano Veloso, com mais uma intromissão da Justiça.
Sem falar no episódio deprimente da polícia invadindo a sede da Ocupação Pandorga, em Porto alegre, apreendendo material de serigrafia sob a fajuta justificativa de que esse material seria usado na confecção de explosivos.
Em outubro de 2001 o Congresso Americano atropelou a constituição daquele país aprovando o famigerado USA Patriot Act que permite às forças de segurança monitorar amplamente os cidadãos e restringe ferozmente os direitos individuais.
A justificativa era a de prevenir atos terroristas. Aí, pensamos: como por aqui está cada vez mais nítida nossa subalternidade ao grande irmão do norte, sob as rédeas da nova guerra fria, não demora e estarão enviando brasileiros para o campo de concentração de Guantánamo.
E outubro foi um mês avassalador. Não bastasse a destruição da engenharia nacional e depreciação da Petrobras criando um mar de desempregados, com essa tal Lava Jato, confirmou-se a entrega do futuro do país com o leilão de parte do Pré Sal. Foram arrecadados R$ 6 bilhões com a entrega de seis áreas de exploração petrolífera. O que na verdade valeria cerca de 800 bi.
E mais: medida provisória aprovada pela Câmara dos Deputados garante uma redução de impostos às petrolíferas, que vai gerar uma renúncia fiscal de R$ 40 bilhões anuais ou R$ 1 trilhão em 25 anos. Adeus futuro.
E por falar em futuro, a Unicef divulgou nesse dia 31, dados de 2015 que mostram que jovens entre 10 e 19 anos morrem mais no Brasil do que no Afeganistão, que está em guerra há 16 anos.
Meus amigos, as centrais sindicais estão organizando o chamado Dia Nacional de Paralisação. Será no dia 10 de novembro, sexta-feira que vem, na véspera da entrada em vigor da Lei 13.467, da “reforma” trabalhista. Haverá manifestações em locais de trabalho e nas ruas de grandes cidades.
Por isso, antes que os telejornais da nossa Mídia Vendida e Canalha venham envenená-los, reflitam. Não são baderneiros e nem comunistas inimigos do país. Esses manifestantes são brasileiros que estão tendo a coragem de se erguer contra a destruição da Nação.
Assim fizeram os manifestantes do MTST na terça passada em São Paulo e assim fizeram estudantes e professores da UERJ semana passada em Resende, contra a extinção da universidade pública.
TRIPA:
* Começou dia 1º e segue até dia 30 o Circuito Resende Gastronômico. Já em sua terceira edição o evento capitaneado pela CDL com patrocínio do SEBRAE e apoio da Prefeitura de Resende, reúne quatorze estabelecimentos, entre restaurantes e docerias com pratos e preço fixo. Como brinde, após a visita a três estabelecimentos, o consumidor ganha um belíssimo prato com ilustrações de motivos ligados a história de Resende. São quatro monumentos históricos: Ponte Nilo Peçanha, Igreja Matriz, Mercado Municipal e Paço Municipal. Os desenhos em nanquim são de Fátima Paiva. Lindíssimos!
* E vem aí a 7ª Flivima – Feira do Livro de Visconde de Mauá. A programação especial será divulgada em breve. Participem doando livros e gibis para o grande sebo do evento! A Flivima vai de 17 a 29 de novembro.
