Morre Wilson das Neves, morre o Juarez, e vai morrendo o país de hoje e de amanhã

Tempos ruins estamos vivendo neste 2017. Na semana passada perdemos mais um dos grandes nomes do nosso Samba. Por sinal o maior baterista de samba, o fabuloso Wilson das Neves. E nessa cauda de cometa dos infortúnios já foram Almir Guineto e Luis Melodia. Quem paga essa conta?

Na esfera municipal o déficit também só aumenta. Há poucos dias partiu também antes do combinado o amigo Juarez. O seresteiro que, por muito tempo foi figura indispensável em qualquer encontro musical do gênero. Antes do Juarez foram embora o Marcelino, o Alceuzinho Paiva, o Nando Besouchet.

Um ano de perdas que vão se multiplicando num ritmo voraz. E se não bastassem as perdas citadas no campo do emocional, que nos fragilizam pontualmente, há perdas que se avizinham e que nos abalam de forma prolongada e definitiva.

São perdas que comprometem o futuro da Nação, dos nossos descendentes, nossos netos. Perdas que aniquilam nossos sonhos de ser um dia, como sonhou Darcy Ribeiro, um recanto exemplar, para um mundo conturbado e caótico. Perdas que seqüestram nossas esperanças.

A perversa elite econômica que se consolidou materialmente no suor e nas lágrimas de 300 anos de escravidão e nunca saiu definitivamente da Casa Grande, usou seus lacaios da má política, da banda podre do Judiciário e da safada e vendida Mídia nacional para derrubar um governo legitimo e assim continuar sua sanha de desconstruir a Nação. Pois para eles o país cabe em suas contas bancárias e isso basta.

Getúlio Vargas, que quando resolveu ser patriota de verdade e demonstrar atenção mais firme com seu povo, foi levado ao suicídio por essa mesma elite perversa, dizia que um país só detém sua soberania se ele tem o domínio de sua matriz energética e de suas telecomunicações.

Pois bem, fora a já anunciada entrega da Eletrobrás, no próximo dia 27 de setembro será sacramentada a entrega do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações (SGDC). Um satélite preparado para prover infra-estrutura à educação. Que garantiria inclusive, articulação entre as escolas públicas rurais. (Que São Cosme e São Damião não permitam isso).

A Telebrás pagou cerca de R$ 4 milhões pela posição orbital, valor bem abaixo do que é normalmente cobrado. Essas licenças custavam no mínimo, R$ 27 milhões. O valor mais baixo cobrado da Telebrás só tinha lógica num cenário sem privatização.

Agora a iniciativa privada vai se beneficiar, a esse baixo custo, praticamente de graça, de todo um esforço do setor público e sem nenhum compromisso com os resultados e os objetivos iniciais dessa ferramenta tecnológica.

A entrega do país, na fase pós-ditadura, iniciada com Fernando Collor, passando pelo outro Fernando, aquele sociólogo que corrompeu parte do congresso nacional para ficar mais quatro anos no poder para entregar a Vale do Rio Doce, a nossa telefonia e etc., agora tem continuidade no desgoverno bandido de Temer e sua gente.

O pessoal do Instituto Telecom e do Clube de Engenharia, vem denunciado que “a entrega do satélite está ligada à destruição da perspectiva de universalizar a banda larga no Brasil. Tanto o PLC 79/16 – o projeto dos sonhos das concessionárias, que extingue as concessões com a entrega de R$ 100 bilhões às operadoras Oi, Claro e Vivo -, quanto à entrega do satélite a grupos estrangeiros sem nenhuma contrapartida social, inviabiliza de uma vez por todas termos um projeto soberano para as (tele) comunicações brasileiras”.

Cada um de nós deveria procurar uma forma de atuar contra a venda do país, contra o massacre dos índios, dos trabalhadores, contra a destruição da Amazônia, contra o crescimento da intolerância que parece diretamente proporcionar ao abandono que os brasileiros estão vendo e deixando acontecer com a Nação.

Um ano de muitas perdas é esse 2017. Mas a perda maior, por ser a definitiva, será a perda de nossa dignidade como país, como Nação. Será abrirmos mão do nosso futuro e do futuro dos nossos descendentes por pura acomodação e preguiça.

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