Servidores revoltados com presidente do Sindicato dos Funcionários de Resende

A Associação dos Professores do Município de Resende (APMR) divulgou na quinta-feira, dia 24, uma nota de esclarecimento em sua página nas redes sociais, após a repercussão negativa de um vídeo gravado pelo presidente do Sindicato dos Funcionário Públicos de Resende, Marco Antônio Correa da Silva, o Marquinho, e publicado na fanpage da Prefeitura de Resende. No vídeo, Marquinho, que esteve presente no encontro, se pronuncia sobre “a inviabilidade orçamentária de reajuste neste momento, após reunião com o prefeito Diogo Balieiro e secretários”.

Na nota, a APMR informou que “repudia as declarações unilaterais” do presidente do sindicato “em defesa do Governo Municipal e compartilha da indignação dos servidores, em especial os da Educação”, mas defende que “é importante e necessária a continuação da parceria com o Sindicato”, desde que o presidente do Sindicato não opine sobre questões de pauta nem conduza atividades sindicais dos servidores de Resende”. E encerra falando da necessidade de se resgatar a credibilidade junto ao servidor municipal.

Desde que o vídeo foi publicado, a atitude de Marquinhos repercutiu negativamente, pois foi vista como traição pelos próprios servidores. “O sindicato tá do lado do patrão, pra que fazer assembléia, essa papagaiada toda? Pra que serviu essa chacrinha? O funcionário não tá pedindo aumento, é o reajuste, o salário tá defasado, agora acabou a greve da meia dúzia”, disse indignada uma servidora pública, que ainda acrescenta que “funcionário público acredita nesse sindicato vendido” e defende o vice-presidente, Georvânio Souza, que atualmente vinha articulando as greves de forma direta.

Outro internauta, que também postou o vídeo em um grupo nas redes sociais, em seu texto também criticou Marquinhos, acusando-o de atrapalhar o trabalho “difícil que estava sendo feito” pela atual diretoria do sindicato ao acreditar nas informações relacionadas ao corte de contratos passadas pelo prefeito, destacando as iniciativas do governo de Balieiro que não estariam condizendo com o que ele diz, entre elas o contrato de “R$ 4 milhões por semestre com a Nutre Saúde” e o investimento de R$ 10 milhões no Aeroporto de Resende.

A equipe do jornal BEIRA-RIO entrou em contato com o Sindicato dos Servidores Públicos de Resende. O órgão informou que no momento da produção dessa matéria, o vice-presidente Georvânio se encontrava em viagem neste momento e não podia atender as ligações. O jornal também falou com o presidente Marquinho. Segundo ele, o vídeo postado na página da prefeitura não mostrou o depoimento que teria dado na íntegra. “Em primeiro lugar, eles (a prefeitura) me pediram logo após a reunião para que eu gravasse o vídeo. Concordei em fazer, pois a ideia foi fazer com que o poder público se comprometa com tudo o que foi falado pelo prefeito. A gente quer que toda essa economia citada por ele e seus secretários se reverta em reajuste para o servidor”, justifica Marquinho.

Questionado sobre a repercussão negativa do vídeo, ele alega que parte de sua fala no vídeo não foi publicada, e que segundo ele, um grupo estaria desmotivando a categoria a não participar das atividades do sindicato. “No vídeo, ainda falei de muito mais coisa do que foi postado na página da prefeitura, entre os assuntos citei a necessidade do corte de cargos comissionados (CCs) e gratificações, e solicitamos que a prestação de contas do município ficasse aberta para o sindicato, a associação e a comissão de greve acompanharem mês a mês essa economia citada pelo município. Mas tudo isso não foi colocado no vídeo. Além disso, existe um grupo que anda espalhando essas informações de forma negativa para desestabilizar o nosso movimento, e desencorajar o servidor a lutar por seus direitos”, acrescenta.

Também nas redes sociais, outro servidor defende a posição de Marquinhos e supõe que tal atitude contra o presidente do sindicato aconteceu “pensando para desmoralizar a categoria”. “(…) Tudo o que eles querem é que todos abandonem o movimento e que ninguém vá as assembleias, porque assim poderão usar o argumento de que não podem fazer nada porque os servidores não participa. Temos que transformar a indignação em mais um motivo para participar do movimento e principalmente para comparecer as assembleias, pois se estivermos sendo manipulados tudo o que vão querer é uma assembleia vazia e um servidor desmotivado. Por isso temos que manter o movimento e transformar a indignação em um motivo a mais para participar. Temos também de usar esse argumento para trazer todos os servidores que se sentem traídos para o movimento”, completou.

REUNIÃO NA PRÓXIMA SEMANA
Segundo o Sindicato, durante a reunião, o prefeito repetiu o mesmo discurso, de que nada poderia fazer para atender as reivindicações. O grupo, então, pediu uma contraproposta por parte de Balieiro em relação à reposição dos 20% de perda salarial (na qual muitos servidores recebem abaixo do salário mínimo nacional, atualmente de R$ 937) . Eles também lutam contra a aprovação do Projeto de Lei 012/2017, que apesar de diminuir os cargos comissionados, cria superintendências e gratificações, o que acabaria segundo o sindicato custando mais de R$ 3 milhões aos cofres públicos.

Mesmo com a impossibilidade de uma negociação no momento, a Prefeitura solicitou um tempo para que a contraproposta seja elaborada e apresentada na próxima reunião, que será na terça-feira, dia 29, suspendendo temporariamente o estado de greve no qual se encontrava os funcionários. Até o momento, desde que foi deflagrada, a greve – de 24 horas – aconteceu nos dias 9 e 17 deste mês. Nas duas, os servidores se concentraram em frente a Prefeitura de Resende e chegaram a se manifestar dentro do pátio do Centro Administrativo, e na primeira greve, o grupo realizou passeata pelas ruas do Centro e do Jardim Jalisco.

Confira abaixo a nota de esclarecimento da APMR:

NOTA DE ESCLARECIMENTO AOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO MUNICIPAL

No dia 22 de agosto uma comissão de servidores representando o Sindicato dos Funcionários com a participação do Presidente da Associação de Professores, reuniu-se com o Prefeito Diogo Balieiro para negociar pauta decorrente do movimento unificado que resultou em greve. No mesmo dia, o funcionalismo municipal foi surpreendido com a divulgação de um vídeo gravado pelo Presidente do Sindicato e veiculado em mídia da Prefeitura e do próprio Prefeito.

Frente ao ocorrido, a Diretoria da APMR:

1. Repudia as declarações unilaterais do Presidente do Sindicato dos Funcionários, Sr. Marco Antônio Correa da Silva, em defesa do Governo Municipal e compartilha da indignação dos servidores, em especial os da Educação.

2. Considera importante e necessária a continuação da parceria com o Sindicato, com a condição de que o Presidente não opine sobre questões de pauta e nem conduza atividades sindicais dos servidores de Resende.

3. Entende que o Sindicato precisa reconquistar a credibilidade junto ao servidor municipal e poderá contar com a Associação de Professores nessa tarefa.

4. Esclarece que a decisão final sobre a manutenção da parceria APMR-Sindicato caberá a assembleia dos Profissionais da Educação Municipal.

Resende, 23 de agosto de 2017.

Diretoria da APMR

Confira abaixo o vídeo que revoltou os funcionários:

Foto: Reprodução de vídeo/PMR

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One thought on “Servidores revoltados com presidente do Sindicato dos Funcionários de Resende

  1. Esse Marquinho sempre se vendeu e so procura o Funcionario quando esta por baixo,por isso que nao participo de nada que tenha esse PELEGO,DUAS CARAS,e aconselhos aos fucionarios a tira-lo de qualquer movimento reenvidicatorio,porque ele sempre vai se vender. FORA MARQUINHO, (…). Lembra no Governo RECHUIN,se vendeu tambem e e um dos maiores culpados da situaçao em que nos encontramos e quem o conhece,NAO CONFIA MESMO. RECHUIN,DIOGO,sao tudo farinha do mesmo saco. Mas o Resendense ADORA MEDICO.

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