Ingressos para a Flip já estão disponíveis

Imagem de Afonso Henriques de Lima Barreto, escritor nascido no Rio de Janeiro (1881-1922).

Começa dia 26 de julho a 15ª edição da Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), mas a compra de ingressos já está disponível desde terça-feira 28, no valor de R$ 55 para cada uma das mesas. A compra pode ser realizada pelo site ou pontos de venda autorizados, com limitação de dois ingressos por CPF para cada debate.

Nesta edição, o escritor brasileiro a ser homenageado será o ilustre Lima Barreto, autor da obra “Triste Fim de Policarpo Quaresma”, além de fazer várias críticas sociais e políticas ao Rio de Janeiro e ao Brasil. Na sessão de abertura, o ator e escritor Lázaro Ramos dará voz ao autor em apresentação criada por Lilia Schwarcz, com direção de cena de Felipe Hirsch e, posterirmente, ainda em mais três mesas haverá o destaque de sua importância para a literatura, outra mostrando sobre as peculiaridades de sua linguagem e, numa terceira, falando das discussões urbanísticas presentes em sua obra. Contudo, o autor também aparece de alguma forma em outras cinco mesas.

Critícas a Flip

O evento vem, nos últimos anos, em especial ano passado, sofrendo uma série de críticas a ausência de escritores negros, com isso, neste ano, a Flip promete o espaço em sua programação de 30% composta apenas por autores e autoras negras. Já as escritoras mulheres, que no ano passado foram quase metade dos convidados – 17 de um total de 39 participantes –, neste ano superam o número de homens – 24 de um total de 46.

“Esperamos que o aumento de autoras e autores negros no programa seja um ponto de virada do evento, e que tal possa influenciar não apenas outras programações literárias de todo país, mas ainda incentive o próprio mercado editorial, contribuindo para torná-lo cada vez mais diverso”, afirmou a curadora em nota.

Neste ano, as mesas vão acontecer na Praça da Matriz, além da possibilidade do público poder acompanhar tudo pelo telão, gratuitamente, no Auditório da Praça, com 700 lugares cobertos e distribuição de equipamentos para ouvir em tradução simultânea.

Confira a programação:

26 de julho (quarta-feira):

  • 19h15: Mesa 1 – Sessão de abertura – “Lima Barreto: Triste visionário”, com Lázaro Ramos e Lilia Schwarcz.

27 de julho (quinta-feira):

  • 12h: Mesa 2 – “Arqueologia de um autor”, que visa recuperar a obra dispersa de um autor à margem e se define o lugar de Lima Barreto entre os clássicos e no cânone afro-brasileiro, numa conversa que soma história e crítica literária, com Beatriz Resende, Edimilson de Almeida Pereira e Felipe Botelho Corrêa.
  • 15h: Mesa 3 – “Pontos de fuga” apresenta três premiadas vozes da novíssima literatura em língua portuguesa, que falam de suas influências, técnicas e experiências, com Carol Rodrigues, Djaimilia Pereira de Almeida e Natalia Borges Polesso.
  • 17h15 – “Fuks & Fux”. A autoficção é um dos eixos deste diálogo, bem como as parcerias e rivalidades na história da literatura. Como pano de fundo, imigração, resistência, vanguarda francesa, matemática. Com Julián Fuks e Jacques Fux.
  • 19h15: Mesa 5 – “Odi et amo”, trazendo ao público a tradição greco-latina, com seus mitos, poesia e narrativas, a Bíblia grega, a literatura e a cultura medieval, numa conversa entre dois grandes tradutores do latim e do grego, Frederico Lourenço e Guilherme Gontijo, mostrará, de forma breve, a história das ideias e dos sentimentos do Ocidente.
  • 21h30: Mesa 6 – “Em nome da mãe”, que traz histórias de guerras e de sobrevivência, de invenções e reconstruções artísticas a partir do ponto de vista feminino, no encontro entre uma brasileira filha de uma sobrevivente de Auschwitz e de uma ruandesa tutsi que perdeu a família no genocídio, influenciada pela literatura do holocausto, com Noemi Jaffe e Scholastique Mukasonga.

28 de julho (sexta-feira):

  • 12h: Mesa 7 – “Moderno antes dos modernistas”. A singularidade da linguagem de Lima Barreto é evidenciada a partir de sua aversão ao bacharelesco e da visão da arte como militância, na sua escrita para jornal e nos diários do hospício. No debate, são lembrados autores que foram seus contemporâneos e autores posteriores sob sua influência. Com Antonio Arnoni Prado e Luciana Hidalgo.
  • 15h: Mesa 8 – “Subúrbio”, que se apresenta como uma visita aos lugares por onde Barreto passou pelo Rio de Janeiro, com seus personagens de crônicas, contos e romances, seguindo a linha do trem e arrabaldes de ontem e hoje, a etnografia e a poética das ruas, a partir de dois olhares, de Beatriz Resende, especialista em sua obra e em literatura contemporânea e; Luiz Antonio Simas, historiador que entende de Ifá, encantados, samba e cultura popular carioca.
  • 17h15: Mesa 9 – “Na contracorrente”, que será um encontro-depoimento, que mostra a trajetória de um dos maiores nomes da arqueologia no mundo, a partir do Piauí, e de uma espanhola presidenta de uma instituição que tem como bandeiras a literatura em língua portuguesa, os direitos humanos e o meio-ambiente, com Pilar del Río e Niéde Guidon.
  • 19h15: Mesa 10 – “A contrapelo”. Uma escritora experimental chilena referência na crítica feminista e um refinado documentarista brasileiro, que contou a trajetória do poeta Wally Salomão e do pintor Leonilson, conversam sobre linguagens na fronteira e resistência artística. Faz-se presença com Carlos Nader e Diamela Eltit.
  • 21h30: Mesa 11 – “Por que escrevo”, que conta sobre um jornalista que cobriu conflitos na África e que, nas horas vagas, praticava obsessivamente surf, o que o fez dessa experiência um premiado livro de memórias que se encontra com uma escritora nascida na África do Sul do apartheid. Este visa uma conversa sobre as diferentes motivações de um escritor e a entrega ao ofício, com Deborah Levy e William Finnegan.

29 de julho (sábado):

  • 12h: Mesa 12 – “Foras de série”, que reunirá personagens singulares da história e da literatura brasileiras, como ex-escravos que triunfaram e mulheres revolucionárias no Brasil do século 19. Neste debate, permeiam sobre vozes dissonantes e as técnicas de pesquisa e escrita que reúne uma romancista e um historiador da escravidão – a invenção da liberdade até chegar ao período do pós-abolição de Lima Barreto. Com Ana Miranda e João José Reis.
  • 15h: Mesa 13 – “Kanguei no maiki – Peguei no microfone”. O ativismo e a literatura — ao gosto de Lima Barreto —, a resistência e a liberdade: Eis o plano de fundo da conversa entre um rapper que fez um diário na prisão em Angola, quando foi preso com livros considerados subversivos, e uma escritora que, entre indas e vindas ao exterior, se dedicou à educação popular no sertão durante a ditadura, com Luaty Beirão e Maria Valéria Rezende.
  • 17h15: Mesa 14 – “Mar de histórias”. Borges é o ponto comum entre os dois autores, um da Islândia e outro do Rio, que conversam sobre contos de fada, mitologias, narrativas antigas que viajam e surrealismo. Com Alberto Mussa e Sjón.
  • 19h15: Mesa 15 – “Trótski e os trópicos”. Os limites da ficção e da não ficção, os protagonistas e os coadjuvantes, o local e o global são os temas desta conversa entre um escritor viajante francês e uma jornalista que, baseada na Argentina, escreve para toda a América Latina. Com Leila Guerriero e Patrick Deville.
  • 21h30: Mesa 16 – “O grande romance americano”, que conta sobre dois autores, de uma mesma editora independente, que venceram, em anos sucessivos, o mais prestigioso prêmio de língua inglesa, o Man Booker Prize, de 2015 e 2016. Nesta conversa, revelará-se em que medida renovam a tradição a partir do seus pontos de vista particulares, com pontos de vista de um americano negro e de um jamaicano negro que migrou para os EUA, onde ambos lecionam escrita criativa, com Marlon James e Paul Beatty.

30 de julho (domingo):

  • 12h: Mesa 17 – “Amadas”. Ao refazer sua trajetória com imagens e leituras, Conceição Evaristo, em conversa com Ana Maria Gonçalves, presta um tributo a outras vozes femininas africanas e da diáspora negra, como Angela Davis, Audre Lorde, Carolina de Jesus, Josefina Herrera, Nina Simone, Noêmia de Sousa, Odete Semedo, Paulina Chiziane e Toni Morrison. Com Ana Maria Gonçalves e Conceição Evaristo.

Fonte: G1

Foto: Viagem e Turismo/El País/FG Saraiva – blogger

Salvar

Você pode gostar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O limite de tempo está esgotado. Recarregue CAPTCHA.