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Se pendura aí e “vambora”!
Fiquei revoltado com o que aconteceu essa noite (06 de fevereiro de 2013 por volta de 22h20min) enquanto voltava da faculdade, indo pra casa. Peguei o ônibus 275 nesse horário no bairro Manejo, até aí tudo bem. Sentei no banco atrás do motorista, aquele que é preferencial para idoso, gestante, etc, (é claro que não tinha nenhum passageiro nessas condições em pé), então mais a frente um passageiro puxou a campainha para descer, uma, duas, três vezes e nada de o motorista parar. O passageiro, é claro, gritou para o motorista que nem se mexeu. Olhei e vi que o motorista estava com um fone no ouvido. A pedido do cobrador, bati no ombro do motorista que surpreso tirou o fone e pode ouvir os gritos do passageiro que já tinha passado por três pontos sem que pudesse descer. O motorista justificou que a campainha não estava funcionando. Mentira! Eu ouvi a campainha, o cobrador ouviu e todos no ônibus ouviram, menos ele que estava com o fone no ouvido.
Um pouco mais a frente ao parar no ponto da faculdade Dom Bosco, o motorista tirou o fone de ouvido e a demora dos passageiros em passar a roleta parece ter irritado ele que começava a acelerar até que gritou para quem estava na porta: “Tá vindo um outro Primavera vazio aí atrás. Eu tenho que ir” (alguém arriscaria esperar outro ônibus as 22:20 em dia de chuva?). Uma mulher, que ainda estava no degrau, pediu que o motorista esperasse, ao que o “nobre condutor” respondeu: “Se quiser ir nesse, se pendura aí e vambora!”. Sem outra opção a mulher ficou espremida no primeiro degrau. O motorista fechou a porta e foi embora, deixando outros passageiros para trás.
Agora será que merecemos pagar R$ 2,60 para sermos transportados como animais, em ônibus lotados, sem nenhum conforto ou ar-condicionado (num calor infernal), com carros velhos, tendo na direção um babaca que não sabe como tratar os passageiros que ajudam pagar seu salário? É por causa de pessoas como essa que a empresa fica com fama de prestar um mau serviço a população e muita das vezes os donos ou diretores nem ficam sabendo de casos como este. Acorda São Miguel! Serviço mal prestado pode ser denunciado ao PROCON.
Leandro Resende

ATÉ O FIM DOS TEMPOS
Talvez por ser um acontecimento raro – até então o último papa a renunciar tinha sido Gregório XII, no ano de 1.415 – a renúncia do papa Bento XVI surpreendeu um número incontável de pessoas, no mundo inteiro.
Em Resende, a reação não foi diferente. Pelo menos, alguns (as) conhecidos (as), todos com participação ativa em comunidades eclesiais de base, e com os (as) quais conversei, se mostravam preocupados (as) diante dos rumos da Igreja Católica.
Esta preocupação é natural, assim como acho perfeitamente natural a decisão do papa. Ele se considerou sem condições de continuar à frente do catolicismo diante das suas fragilidades físicas e mentais. Nem sempre desistir é sinônimo de derrota, mas sim de coragem. O papa é um ser humano, de carne e osso. Não está imune às limitações inerentes à condição humana.
No meu entendimento, sua decisão nos deixa também dois testemunhos importantes do mestre, Jesus de Nazaré: humildade e desapego ao poder. Se a pessoa não se sente em condições de continuar um trabalho, por que insistir? A proposta elementar de Jesus está no evangelho de João (10,10): “Eu vim para que todos tenham vida, e a tenham em abundância”.
A julgar pelas declarações de Bento XV, a sua vida plena estaria prejudicada caso continuasse se esforçando além das suas capacidades. A renúncia ao papado não significa que ele deixará de servir à Igreja. Ele continua sua missão numa outra frente,  provavelmente através da oração, outro testemunho cristão de grande importância.
Quanto aos rumos do catolicismo, logo após a quaresma (cujo início, aliás, ocorreu nesta quarta-feira, dia 13) e a Semana Santa, vamos celebrar a Festa de Pentecostes. Pentecostes significa a descida do Espírito Santo sobre a Igreja.
O Espírito Santo não é uma letra morta, ou acontecimento do passado. Ele sempre animou a Igreja de Jesus Cristo. Levado pela minha fé, creio fielmente: a nossa Igreja se manterá sempre viva, até o fim dos tempos, sob o impulso do Espírito Santo.
Voltando ao testemunho da humildade que, em minha opinião, e certamente de muitas outras pessoas,  Bento XVI mostrou ao desistir do pontificado, reproduzo, entre aspas, uma declaração dele próprio: “Devemos confiar no poder da misericórdia de Deus. Somos todos pecadores, mas sua graça nos transforma e renova”.
Que lição para este mundo, infelizmente cheio de pessoas prepotentes e arrogantes!
Flávio Collistet

Adornos
A sociedade sofre
Do que é grave doença.
Parte dela ao ver um pobre
Exala indiferença.

Mau cheiro que atordoa
Mais do que um sururu.
Iate não é canoa
E pavão não é peru.

Mas não falta a perua
Com sua batata ao forno
Simulando estar na sua
Enfeitada de adornos.

Quando entra numa loja
Desconfia de um menino
Como se fosse da corja
Que garante o seu destino.

Chama logo o segurança
Exigindo providência.
E a pobre da criança
A sofrer mais violência.

Há quem acha que é  correto
Como que politicamente.
Bate palma ao projeto
Da madame e seu gerente.

Antonio Francisco
fevereiro de 2013

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