Audiência Pública discute turismo e situação da história afro regional

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Nesta terça-feira, dia 23, foi realizada uma audiência pública pelo Ministério Público Federal (MPF), em Volta Redonda, para tratar da situação e valorização da cultura e da história do povo negro no turismo das fazendas do Vale do Café. O evento aconteceu no prédio da Câmara Municipal.

Estabeleceu-se, no evento, a elaboração num prazo de 30 dias de diretrizes para o turismo da região. A audiência contou com a presença de representantes de algumas entidades negras, além do subsecretário de Turismo do Estado do Rio de Janeiro, os secretários de turismo, cultura e educação de Vassouras, representantes de fazendas e professores da Universidade Federal Fluminense (UFF) e da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio).

A palavra foi dada primeiramente as lideranças negras, que relembraram a história e o que os afrodescendentes passaram; inúmeras atrocidades para com aqueles que contribuíram para a formação de uma nação. Deram destaque também à importância de ações afirmativas como a do Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) firmado com a Fazenda Santa Eufrásia.

“O TAC apenas solicita que se mostre a verdadeira história e valor do negro”, explicou a membro do Jongo Caxambu Renascer de Vassouras, Cláudia Mamede.

Toninho Canecão, liderança da comunidade quilombola São José da Serra, falou sobre a oportunidade em mãos de unificar a história, dando o devido valor aos barões, mas também aos negros, o que fortificará o turismo regional, beneficiando a todos, e mostrando a história como ela é de fato.

A professora da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), Keila Grinberg, enfatizou a responsabilidade que o turismo deve ter ao dar voz às diferentes histórias e memórias. “Esse turismo deve ser sensível ao passado, principalmente com o grupo escravizado e que tem muito o que contar”, pontuou ela.

Paulo Roberto dos Santos , proprietário da Fazenda Florença, localizada em Rio das Flores, parabenizou a iniciativa, ressaltando a necessidade da construção de um caminho com orientações para uma nova forma de fazer o turismo.

tema 3Os representantes do poder Legislativo prestigiaram a audiência e reconheceram que o tema não recebe a devida importância. A vereadora Rosi Farias noticiou que apresentará um projeto para a celebração do dia de Manoel Congo, em 6 de setembro, com a previsão de obrigações às escolas do município para realizarem atividades relacionadas à história do povo negro. “Queremos elaborar um calendário municipal sobre a história do povo negro”, afirmou ela.

Julio Araujo, procurador da República, ao final, afirmou que pretende elaborar uma recomendação a respeito do tema, que será construído por meio das contribuições dos diversos representantes, levando os subsídios ao MPF. As sugestões deverão ser apresentadas em até 30 dias.

Fonte: Assessoria de Comunicação (PRRJ)

Foto: MPF

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