Nada mudou na Praça do Expedicionário

praca2
Praça do Expedicionário convive com lixo, mantas e entulhos, como sofás usados, deixados por moradores de rua

Em janeiro do ano passado, moradores e comerciantes do bairro Paraíso, em Resende, denunciaram as condições em que costuma ficar a Praça do Expedicionário fora da data comemorativa em homenagem aos ex-combatentes da Força Expedicionária Brasileira (FEB) que atuaram na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), celebrada em 8 de maio. Segundo eles, o local se encontrava com mato crescendo de forma desordenada, iluminação precária e muitos moradores de rua.

Quase um ano mais tarde, a situação no local pouco mudou, apesar da promessa da Prefeitura de Resende – responsável pela conservação da praça – de reforçar a segurança e fazer a manutenção do mato. Os mesmos problemas ainda persistem, mas o mais preocupante deles, segundo os moradores e comerciantes, é o aumento do número de moradores de rua, que vêm provocando insegurança para quem passa na praça especialmente durante à noite.

– Eles ficam mendigando, pedindo água e perturbando nossos clientes. Além disso, já estão “favelizando” o local colocando sofás velhos do outro lado (onde fica um imóvel desocupado pertencente a União), abordam, ameaçam e até assaltam os motoristas e pedestres pedindo dinheiro para poderem estacionar em frente à praça. E sem a iluminação a situação fica pior à noite – diz uma moradora, que não se identificou.

O comerciante Mauro Renato dos Santos Reis, conhecido como o Mauro do Caldo-de-Cana, fala da periculosidade oferecida por alguns deles. “Alguns deles são apenas usuários de bebidas alcoólicas, mas os piores são aqueles que usam drogas, pois normalmente estes últimos acabam ficando nas ruas por medo de serem mortos por traficantes das bocas-de-fumo onde compram droga. Já aconteceu de um deles querer esfaquear outros andarilhos, e um dia desses, ele já feriu outro morador de rua”, acrescenta.

Mauro revela que brigas não são raras entre eles, aumentando ainda mais a insegurança de quem vive próximo ao local. “Um dia desses, um vizinho nosso por pouco não foi atingido por uma paulada desferida por um dos andarilhos envolvidos em briga na praça. E normalmente quando tem briga, a coisa é séria, tem pedra e armas na jogada. Teve até gente ameaçada de morte por ali”.

O comerciante critica as respostas que moradores vêm recebendo sobre a responsabilidade da administração da praça. “Disseram pra gente na Prefeitura que a responsabilidade de manutenção era da Aman, mas tenho uns amigos militares que me disseram que o local não estaria neste abandono se a academia cuidasse da praça. Ela teria o mato sempre cortado e vigilância 24 horas”, responde.

A presidente da Associação de Moradores e Amigos do bairro, Elizabete de Oliveira Cardoso, relata que além de Mauro, outros comerciantes estão sofrendo com prejuízos no período da noite e ficam com medo, fechando as portas mais cedo, e as pessoas não querem passar pela praça depois das 18 horas. Além da falta de policiamento no local (policiais, segundo moradores, não têm conseguido solucionar o problema devido à soltura posterior dos andarilhos detidos), Elizabete critica o trabalho de assistencialismo prestado aos moradores de rua.

– Esses moradores de rua não deveriam estar recebendo apenas comida e orações, e sim um trabalho social de sair da rua e do consumo de bebida e droga, trabalhando, estudando e cuidando da saúde. Dessa forma, eles nunca vão querer abandonar essa vida – lamenta.

A equipe do jornal BEIRA-RIO entrou em contato com a Prefeitura de Resende, que informou que estaria respondendo os questionamentos dos moradores ainda neste final de semana, mas até o momento não se pronunciou.

Você pode gostar

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

O limite de tempo está esgotado. Recarregue CAPTCHA.