No próximo dia 24 (segunda-feira), os campi do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Estado do Rio de Janeiro (IFRJ) em todo o estado, junto com outras instituições federais de tecnologia em todo o Brasil, promoverão o Ato Contra a chamada “PEC da Desigualdade”, uma manifestação não apenas contra a aprovação da Proposta de Emenda Constitucional 241/16 (PEC 241, que limita gastos do governo), mas também contra a Medida Provisória (MP) 746 (que prevê mudanças no Ensino Médio) e a Escola Sem Partido. Em Resende, onde a passeata também está prevista para acontecer um dia antes, o trabalho de mobilização já vem acontecendo desde o dia 5 deste mês, quando os campi entraram em estado de greve.
– A data do ato foi escolhida com base no dia da segunda votação da PEC 241, que será no próximo dia 25 (terça-feira), e é um dos motivos de nossa manifestação. Com isso, estamos fazendo mobilização para chamar a atenção pra essa que está sendo considerada a PEC da Desigualdade, esclarecer o que não é mostrado pela mídia, que a apresenta como única alternativa para acabar com a crise, ou seja, o quanto ela afetará a maior parte da sociedade brasileira nos próximos anos – justifica a professora de Sociologia do campus Resende da IFRJ, Flávia Vidal Magalhães.
Segundo a professora, quatro campi da IFRJ seguem ocupados por estudantes (Nilópolis, Duque de Caxias, Engenheiro Paulo de Frontin e Realengo), e outros como o do Maracanã estão em processo de mobilização. Na região Sul Fluminense ainda não há nenhum campus ocupado, mas as unidades de Volta Redonda, Pinheiral e Resende também estão engajadas no movimento.
– Na terça-feira passada (dia 18), saímos para fazer uma aula pública pública no Calçadão (na foto acima), em frente a uma casa lotérica, sem qualquer recurso, na base do gogó mesmo. Nossa fala chamou a atenção de algumas pessoas nas ruas, nem todas paravam e outras tinham pensamentos contrários, mas tivemos um saldo positivo porque conseguimos atingir nosso objetivo. Não queremos causar nenhum embate, só esclarecer.
No mesmo dia, um grupo do campus Resende participou de outra atividade de mobilização com os outros dois campi da região citados. “Ainda que não estejam ocupados por estudantes, os campi também têm promovido atividades de mobilização”.
Desde o último dia 5, além dos quatro campi fluminenses, em todo o país há um total de 81 campi e duas reitorias ocupadas. Nas últimas semanas, de acordo com Flávia, “os campi têm realizado diversas atividades de mobilização tais como, atos, oficinas de cartazes, aulas sobre a PEC 241, a MP do ensino médio e o projeto escola sem partido, entre outras atividades”.
A PASSEATA
A passeata que acontecerá em Resende começa com uma concentração às 17h, no campus do IFRJ e segue as 18h em direção ao Calçadão de Campos Elíseos. A professora espera que a população participe e possa reivindicar seus direitos.
– Queremos chamar a atenção do povo resendense para o impacto negativo da PEC em nossas vidas ao comprometer os gastos com os serviços básicos. É um ataque aos direitos sociais duramente conquistados. Acreditamos que não podemos nos calar. O povo não pode pagar a conta da crise. Contamos com a presença de todos! – conclui.
Após a passeata, no próximo dia 25 (terça-feira), está prevista uma assembleia, que pode definir ou não a favor da realização de uma greve geral de 24 horas, agendada para novembro. O movimento também conta com uma página do evento nas redes sociais com mais fotos e informações sobre o assunto.
Fotos: Reprodução do Facebook
