Há mais de um mês, as três pontes que ligam os bairros Centro e Campos Elíseos, em Resende (Tácito Viana, próxima a um supermercado; Nilo Peçanha, popularmente conhecida como Ponte Velha; e Miguel Couto, próxima a um shopping), estão recebendo pintura nova. A iniciativa causou estranheza na população, que postou nas redes sociais fotos criticando as condições de segurança aos funcionários e ao meio ambiente em que o trabalho vem sendo feito.
A internauta Patrícia Almeida, em seu post do dia 2 de setembro no grupo Bom Dia Resende, fotografou um dos funcionários que trabalhavam naquele dia na pintura da Ponte Tácito Viana e relatou o seguinte: “Passando ontem na ponte do Royal me deparei com essa cena. Um homem, sem nenhum tipo de material de segurança, nenhum! Ele colocava o tronco pra fora da ponte por baixo da grade pra arrumar alguma coisa aí. Pelo que parece tava pintando algo. Eu só queria saber se a prefeitura sabe que esse cara tá trabalhando sem os EPIs (Equipamentos de Proteção Individual) necessários! Porque isso dá um problema…pelo menos para particular”.
Outros internautas também relataram no post que o mesmo funcionário estava “com uma vassoura e debruçado na grade cinza” dias antes, na mesma ponte, ainda no final de agosto, quando os trabalhos se iniciaram. Outra internauta também relatou que no local “tinha um rapaz deitado no sol quente e com uma parte do corpo pra fora da ponte”. “Fui abordá-lo pra saber o que ele estava fazendo ali e ele estava escovando a parte externa da ponte para ser pintada. Do outro lado o pintor sem máscara, luva e pendurado com uma corda que duvido muito que alma dela esteja intacta, pois usava cinto, mas sem o talabarte, só segurado por uma corda”, relata Simone Soares, que postou a mensagem no mesmo grupo.
Poucos dias depois, no dia 6 de setembro, a internauta Anita Andersen, que fez contato pela fanpage do jornal BEIRA-RIO, postou no final do mesmo mês algumas fotos dos funcionários quando estes já se encontravam fazendo a pintura da Ponte Velha “jogando litros de tinta no rio (Paraíba do Sul) e limpando os rolos na água também”.
E até críticas contra a obra chegaram a ser feitas. Foi o caso de Renato Serra, que no grupo Ação Resende postou em 8 de setembro as fotos de rachaduras no asfalto colocado de maneira incorreta por cima da junta de dilatação, infiltrações e ferragens expostas na Ponte Miguel Couto, feitas antes da pintura desta, apontando a necessidade de uma reforma completa. “Passa tinta, que tinta e saliva não faltam”, ironiza o internauta.
MAIS UMA PONTE RECEBE PINTURA
A equipe do jornal BEIRA-RIO esteve na manhã desta terça-feira, dia 11, no local onde há duas semanas um grupo de funcionários terceirizados está trabalhando na remoção da camada de tinta que reveste a Ponte Miguel Couto, que liga a Avenida Presidente Vargas, no Campos Elíseos, a Rua Saturnino Braga, no Centro de Resende.
No local, estavam três homens e uma mulher fazendo o serviço. “Eu estou aqui há duas semanas fazendo o serviço, já os demais colegas que estão comigo já estavam fazendo a pintura das pontes há mais tempo”, disse um dos funcionários. Ele informou que a pintura começará a ser realizada na próxima semana.
No meio do caminho, a equipe do jornal encontrou todo o material do grupo (tintas, escada e outros equipamentos) logo abaixo de uma árvore ao lado da ponte e ainda avistou um quinto homem trabalhando com parte do equipamento semelhante ao utilizado por pedreiros e pintores em andaimes de prédios para fazer o serviço de pintura em toda a ponte.
Em nota, a Prefeitura de Resende apenas informou que vai apurar os fatos e tomar as providências necessárias.