Vereadores de Resende optam por arquivamento do processo sobre câmeras

Na  noite  desta terça-feira, dia 14, os vereadores da Comissão Permanente de Fiscalização da Câmara Municipal de Resende optaram pelo  arquivamento  do processo que investiga irregularidades nas câmeras de monitoramento instaladas pela  prefeitura municipal de Resende. O vereador Roque Cerqueira (PDT),  primeiro a confirmar as denúncias recebidas pelo  jornal BEIRA-RIO de que  as  câmeras não  funcionavam, não concordou com o relatório por ainda  duvidar do funcionamento  do equipamento.

A empresa Helper Tecnologia, que venceu a licitação para fornecimento do sistema  de  segurança em agosto de 2015, já havia recebido uma  comitiva da prefeitura  de Resende meses antes, que foi até sua sede  em Curitiba (PR) para conhecer  o equipamento. O contrato  firmado após  o certame  foi  o de aluguel dos equipamentos, por R$ 180 mil mensais por quatro anos,  totalizando quase R$ 9 milhões. Em dezembro, o equipamento já deveria estar instalado, mas não estava, e após denúncias de leitores que que  havia problemas nas  câmeras, o BEIRA-RIO tentou por dois meses entrar na Central de Monitoramento,  mas nunca  conseguiu autorização. Por isso, revelou que havia  recebido as denúncias.

Passado o prazo, em fevereiro, o vereador Roque Cerqueira (PDT)  afirmou  que  verificaria  as denúncias e constatou que duas câmeras não estavam funcionando. O BEIRA-RIO também  constatou irregularidades entre o serviço previsto no contrato firmado e o que  era realmente prestado ao município, como a ausência de um técnico na cidade, interferências nas câmeras e outros. O  vereador pediu que  a comissão de fiscalização da Câmara fosse acionada para investigar  o  caso.

No relatório lido na sessão ordinária do  dia 14, o relator da comissão, vereador Irâni Ângelo (PRP)  confirmou  que o técnico não fica na central e tem  duas horas para chegar ao local em  que a câmera está apresentando  problemas. Ele também confirmou que a  previsão inicial de 50 câmeras foi reduzida para 33 e,  por  isso,  os equipamentos  foram retirados de  onde estavam instalados. Apesar  de a Helper ser a única empresa  com o equipamento instalado em Resende, o relator não  encontrou irregularidades no processo de licitação e assumiu que muitas das informações do relatório não foram exatamente verificadas in loco, mas repassadas pelo superintendente de Ordem Pública Ney Arataú, em reunião realizada em abril. Mesmo assim, o relator optou pelo arquivamento do processo.  Roque Cerqueira questionou.

– Denunciei essa história das câmeras porque  achei  um valor muito alto para  o equipamento não funcionar  direito e eles optaram pelo arquivamento. Estive essa semana no Paraíso e a  câmera que fica próximo à  casa do vereador Stênio (Francisco Stênio, do PP) ficou dois dias sem  funcionar. Uma situação dessas, a cidade sem amparo, colocaram  um  gasto de quase R$ 200 mil.  Acho muito difícil a população aceitar isso.  Os vereadores opinaram pelo arquivamento, mas  para mim  deixa dúvida esse equipamento, ainda  acho que precisa ser apurado isso desde o primeiro dia até hoje e  precisa ser  apurada  a maneira como foi feita a licitação – avaliou o  vereador.

A comissão  de fiscalização tem  como relator  o  vereador  Irâni Ângelo,  presidente Célio  Caloca (PMDB) e integrantes Stênio, Pedro Paulo Florenzano (PP) e Valdir Macarrão (PRB).

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