O amor acontece de várias maneiras em nossas vidas

O amor acontece de várias maneiras em nossas vidas. Todas elas são importantes e merecem atenção.

Há o amor pelos pais, pelos filhos, pelos amigos, pelo companheiro, pelo trabalho e por si próprio. Antes de qualquer um outro, o amor por si deve existir. Não demasiado a ponto de não haver lugar para mais ninguém e nem tão pouco para a entrada de qualquer coisa que acreditamos erroneamente ser amor.

Nenhum dos amores substitui o outro. Cada um é único em sua forma de chegar e existir. As pessoas se esquecem de valorizar e se perdem quando dão mais atenção a um do que a outro. Por fim, se surpreendem quando ele acaba. Sim, o amor acaba; já sentenciou Paulo Mendes Campos em seu maravilhoso livro de crônicas com esse título.

O distanciamento ocorre em todas as esferas. Filhos se distanciam dos pais, os pais dos filhos, os amigos ficam afastados e os envolvidos em um relacionamento amoroso, mais ainda. Alguns relacionamentos são atados com nós e outros com laços. Os nós são mais difíceis de se desfazerem; sãos os que nos prende aos pais e aos filhos. Os laços, que nos unem aos amigos e aos companheiros são mais frágeis e, se descuidado, desmontam, ficando difícil reatar, pois marca a fita, chegando a rasgar, por vezes.

As distâncias chegam a ser são tão grandes que em alguns relacionamentos não mais reconhecemos aquela pessoa pela qual um dia nutrimos amor e admiração e fomos tão próximos. Ficamos cheios de cerimônia, cheios de formalidade e sem a menor intimidade com aqueles por quem já tivemos tanta estreiteza!

Todo amor é uma via de mão dupla. Seja ele qual for. Todo amor tem que vir dos dois lados. Não se ama sozinho em um relacionamento. Não se constrói um relacionamento de forma solitária. Um relacionamento pressupõe dois e o envolvimento das partes. É dedicação, doação, concessão, permissão.

Um dia se descobre o distanciamento, a lacuna que se interpôs. Um dia se percebe que a vontade de estar junto não é mais tão vontade, que o ânimo para fazer e realizar é fraco e que o desejo se esvaiu. Nesse dia, ou se aperta e ajusta o laço ou segue negando as evidências para ver se a realidade se modifica.

Não vai se modificar. A inércia não modifica o movimento de um corpo. Ao contrário, estanca-o ao lugar, condenando a assim ficar. Sem ser e sem vir a ser.

Só estar.

E só, ficar.

Ângela Alhanati
contato@angelaalhanati.com.br
Livre pensadora exercendo seu direito à reflexão

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