Ainda em busca do aluguel social

colagemO morador da Rua dos Eucaliptos, na Cidade Alegria, em Resende, Sinésio José Sabino, vive em uma casa que corre o risco de desmoronar devido a dificuldades para receber o aluguel social. Em agosto de 2015 ele procurou a reportagem do BEIRA-RIO explicando que já havia recebido o benefício no passado, mas que não conseguiu renová-lo. Na ocasião, a Prefeitura de Resende informou que não havia sido procurada por ele, mas que assim que o homem o fizesse a situação seria regularizada e ele poderia receber o benefício e pagar o aluguel de uma casa. Quase um ano mais tarde, ele segue vivendo na casa condenada pela Defesa Civil.

– Dei entrada em outro processo para ter direito ao aluguel social, mas a cada vez que vou à prefeitura o processo está em um local. Há umas duas semanas disseram que estava em análise, semana passada disseram que voltou para a Defesa Civil, mas aí falei para me ligarem porque não ia gastar dinheiro de passagem para cima e para baixo à toa. Dessa vez eu procurei até demais, fui para cima e para baixo e até agora não aconteceu rigorosamente nada – lamentou Sinésio Sabino, que vive de bicos.

O problema dele começou há cerca de dez anos anos com o afundamento de algumas áreas da casa em que vivia há mais de 20 anos e o aparecimento de rachaduras em alguns cômodos. A Defesa Civil esteve no local, condenou a casa e a família recebeu um benefício financeiro para alugar outra casa para viver durante um ano. Passado o período, a família percebeu que não havia sido feita nenhuma reforma na casa para conter as rachaduras. O aluguel social também não foi renovado e eles acabaram voltando para o mesmo lugar.

Anos mais tarde, o problema continuou, com o teto sendo separado das paredes pelas rachaduras, e Sinésio Sabino, agora morando sozinho no local, reparou que as  raízes de uma árvore plantada em sua calçada começaram a crescer por baixo da casa e que elas poderiam estar causando o problema. No entanto, a Agência do Meio Ambiente de Resende (Amar) o informou que se tratava de um Ipê Roxo e que o corte da árvore não era possível. Ele então continuou em busca do aluguel social.

– A Defesa Civil olhou a casa pela segunda vez há uns oito meses e manteve o mesmo laudo. Depois vieram cortar a árvore, mas não tiraram as raízes. O rapaz falou que com o tempo ela ia morrer, mas as rachaduras continuam, enxergo do outro lado da parede. Queria saber ao certo se tenho direito ao aluguel social. Outra coisa é que quando a casa foi interditada me deram o papel da interdição, mas nunca de deram da “desinterdição”. Falaram que não era para eu estar morando lá, mas aí eu vou para onde?  – acrescentou.

Em nota, a Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos de Resende informou que “o processo para renovação do aluguel social do senhor Sinésio José Sabino está em análise na Procuradoria-Geral do município e sua liberação depende de recursos. Mas a secretaria esclarece que também há um processo de licitação em andamento para a aquisição de material de construção para que ele possa realizar a reforma de sua casa. Quanto ao corte da árvore, a Amar destaca que a agência realizou o corte da mesma e a responsabilidade pela remoção das raízes é do morador que, no entanto, pode solicitar junto ao órgão, uma orientação técnica para saber o que fazer e como proceder”, concluiu.

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