Câmara de Resende só teve 16 vereadoras

AUDIENCIAA Câmara Municipal de Resende teve apenas 16 mulheres vereadoras em toda a sua história. A informação foi divulgada pela presidente da Câmara em exercício, Soraia Balieiro (PSB), durante a audiência pública da Comissão para Empoderamento da Mulher no Esporte e na Política da Alerj (Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro), realizada na tarde desta sexta-feira, dia 20, no plenário da Câmara de Resende.

– Estamos em 2016 e até hoje a Câmara teve 16 vereadoras, sendo que duas assumiram o mandato por pouco tempo. A primeira vereadora, Graciema Cotrim, assumiu em 1947 e foi pressionada pelo líder de governo o tempo todo, mas ela conseguiu emplacar projetos interessantes. Já como presidente eu sou a segunda. Antes de mim teve a Araci Rego Jardim, de 1955 a 1956 – declarou a vereadora.

Ela também lembrou que os partidos de Resende dificilmente são presididos por mulheres e que atualmente sabe do PSB, presidido por ela, que também tem cinco dos sete membros da comissão provisória do sexo feminino, do PHS, presidido por Vera Lúcia Miranda, Rede com Vani Vasconcelos e PMB com Suzana.

A presidente da comissão, deputada estadual Martha Rocha (PDT), falou sobre a pouca representatividade da mulher na política nacional e estadual.

– A comissão foi uma iniciativa da bancada feminina da Alerj seguindo a estratégia da Câmara de Deputados. Apesar dos 30% de candidaturas femininas obrigatórias, isso não se repete no número de eleitos. Em 2011 tínhamos 11 deputadas na Alerj e em 2014 apenas nove. Os números do Superior Tribunal Eleitoral (STE) falam em mais de seis mil mulheres no pleito eleitoral, mas não mais que 11% ocupam cargos eletivos. No futebol, a jogadora Marta fez mais gols que Pelé, Romário e Neymar e nem por isso é reverenciada – lamentou a presidente da comissão.

A deputada estadual Ana Paula Rechuan (PMDB), que também faz parte da comissão, falou sobre a importância do esporte para saúde e a falta de incentivos para atletas mulheres.

– Onde se tem mulher há um olhar diferenciado para o social e a saúde e como cardiologista posso falar sobre a importância do esporte para a saúde e em como isso modifica realidades. Mas para as mulheres é mais difícil para treinar, devido aos afazeres domésticos, e também conseguir incentivos para participar de competições. Quando conseguem, tem mais enaltecido seus atributos físicos que técnicos e a comissão quer mostrar que ninguém deve ser excluído do mundo esportivo –  lembrou a deputada.

Participaram também do evento a Capitão Cabral e a Sargento Mariana, representando a Academia Militar das Agulhas Negras (Aman);  a vereadora de Itatiaia Andréa de Carvalho Jardim (PR); a vice-prefeita de Pinheiral Patrícia Rivello Garcia (PSB); a atleta de vôlei Márcia; a guarda municipal e mãe de atleta de judô Elizângela; e a atleta de snowboard Isabel Clark.

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