Ginástica para o cérebro exercita memória e bem-estar dos idosos

Uma das maiores preocupações das pessoas que chegam à casa dos 60 anos são os problemas de falta de memória, alguns deles ocasionados por doenças como o Alzheimer. Sem contar que ao chegar nessa idade, muitos idosos se aposentam de seus empregos ou veem seus filhos se casarem, formar famílias e mudarem de residência. Mas nos últimos anos, o mercado tem cada vez mais atendido às necessidades de vovôs e vovós e oferecem alternativas que garantam o bem-estar.

Uma dessas atividades é a chamada “ginástica para o cérebro”, oferecida inclusive em escolas franqueadas por todo o Brasil. Uma delas se encontra em Resende, onde os idosos correspondem a 70% dos alunos atendidos. Um desses alunos é o militar reformado Athos Amorim, de 73 anos, que passou a frequentar as atividades da escola por indicação da fisioterapeuta da mulher, a aposentada Maria Alice Amorim. “A memória dele melhorou depois das atividades oferecidas aqui, ainda mais porque ele vivia se esquecendo de tudo, e o convívio social proporcionado nesta escola também fez bem ao meu marido, além dos exercícios”, diz a aposentada, que nunca pensou em frequentar a mesma escola.

A psicopedagoga Priscila Nery Paixão Crispim revela que a primeira turma da escola de “ginástica para o cérebro”, que começou a participar das atividades há pouco mais de um ano, é basicamente formada por idosos, considerado o público de maior demanda da franquia. “Por conta da preocupação com as falhas que começam a apresentar na memória com a chegada dessa idade, os idosos vão atrás de auxílio para combater não só o sedentarismo corporal, mas também o mental (que provoca depressão e Alzheimer, segundo a especialista), ocasionado por falta de alguma atividade. E para quem frequenta aqui, a autoestima fica em alta”, acrescenta.

Ainda que as atividades funcionem como forma de prevenção a doenças degenerativas da memória, Priscila revela que os resultados em pessoas portadoras também são animadores. “Muitos nos procuram para se prevenir de doenças, exercitando a memória no combate a elas. Mas até quem tem algum sinal ou sintoma mais leve do Alzheimer, os exercícios têm ajudado”.

Na escola, os alunos participam dos exercícios de neuróbica (exercitar o cérebro, “tirá-lo” da zona de conforto), de turbinar a memória, de jogos dinâmicos de grupo e outras atividades que trabalham a coordenação motora fina, o raciocínio, a atenção e a coordenação. Fora isso, a franquia não deixa de ter uma rotina social familiar conhecida para os idosos. “Mesmo um evento especial como o do Dia das Mães (comemorado durante a entrevista com um Dia de Beleza em homenagem às alunas da faixa etária) tem mil e uma formas de se aprender e adquirir algo, ainda mais quando se está sozinho em casa sem saber o que fazer, o idoso se sente mais valorizado”, cita o diretor Adriano Carvalho de Araújo.

– É uma turma joia, alegre, animada. Também se adaptou bem ao curso, que abre bastante a nossa mente. Também aprendi a usar o ábaco e a me exercitar em outras atividades, isso é importante porque não nos deixa ficar com a “doença do alemão” (como chama o Alzheimer). E acabei vindo para cá porque estou aposentada e procurando algo para passar meu tempo – responde uma aposentada, de 81 anos, que não quis se identificar.

A colega Maria Isabel Aguiar, de 74 anos, revela que começou a frequentar as atividades da escola junto com uma amiga. “Ela veio aqui comigo e achamos muito interessante as atividades, que nos ajudam a lembrar dos compromissos do nosso cotidiano”, completa.

O trabalho baseado na “ginástica para o cérebro” oferecido em Resende também atende a adultos e crianças, que costumam procurar a escola para exercitar a mente e combater problemas como o déficit de atenção. A sede fica no bairro Jardim Jalisco, na Rua Mário Periquito, 240. O telefone é (24) 3384-6319.