A maioria dos deputados federais que representam o estado do Rio de Janeiro votou favoravelmente à instauração de um processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) na noite deste domingo, dia 17. Dos 46 deputados fluminenses, 34 deputados votaram sim ao andamento do processo e outros 11 votaram não, por considerarem que o procedimento é uma tentativa de golpe de Estado. A deputada federal Clarissa Garotinho (PR) não compareceu à votação por estar de licença maternidade.
Um dos destaques da votação foram os motivos alegados pelos parlamentares para divulgarem seus votos, demonstrando total desconhecimento de seu papel no Legislativo e mesmo sobre o processo de impeachment, já que alegavam estarem votando por suas famílias, por suas religiões, municípios ou por outras causas pessoais. Através das redes sociais, internautas não perdoaram e brincaram com as falas dos deputados federais. Alguns deputados também atacaram o presidente da Casa, o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB), afirmando que esperavam votar seu impeachment em uma próxima oportunidade. Outros parlamentares defenderam a realização de novas eleições gerais, com o intuito de evitar que o vice-presidente, Michel Temer (PMDB) assuma a presidência.
No Rio de Janeiro, o primeiro deputado a votar foi Washington Reis (PMDB). Infectado pelo vírus H1N1, ele era dúvida no Congresso, mas apareceu com vários médicos e foi autorizado a votar antes de seu estado ser chamado. Entre 20h30 e 21h, horário considerado nobre na tv, os deputados do Rio de Janeiro começaram a votação. O deputado federal Jair Bolsonaro (PP), famoso por suas polêmicas, criou mais uma ao enaltecer o general Carlos Alberto Ustra, diretor do Doi-Codi, local em que aconteciam torturas durante a ditadura militar e que acredita-se ter sido um dos torturadores da presidente Dilma Rousseff durante o período. A fala gerou polêmica e o deputado federal Jean Wyllys (Psol) resolveu mostrar sua indignação cuspindo na cara de Bolsonaro.
Outra polêmica envolvendo os deputados fluminenses foi a deputada Cristiane Brasil (PTB), que defendeu o pai, Roberto Jefferson, e foi abraçada por ele após votar pelo impeachment, demonstrando que não havia apenas deputados federais no plenário durante a votação.
O processo agora segue para o Senado.
Veja os fotos dos deputados federais do Rio de Janeiro:
