Omissão de socorro no Calçadão

atendimento2Uma cena de descaso revoltou populares que passavam pelo Calçadão de Campos Elíseos, próximo a Caixa Econômica Federal, no final da tarde desta quinta-feira, dia 3. Uma jovem – que aparenta ter entre 18 e 25 anos segundo a aposentada Ana Maria Pinheiro, que testemunhou toda a cena – que passava próximo a uma loja de encadernações e digitação da esquina, começou a passar mal.

– A jovem (que não teve condições de se identificar devido às fortes dores abdominais que sentia, segundo Ana) começou a passar mal quando estava passando por aqui e começou a vomitar, isso por volta das 17 horas. Em seguida, ela entrou dentro da loja e como a pressão dela estava baixa, acabou caindo dentro da loja – narra a aposentada.

O funcionário da loja entrou em contato pedindo que uma ambulância do Samu fosse ao local para prestar socorro à jovem, mas recebeu uma negativa do atendente da central de ambulâncias, deixando Ana e outras testemunhas indignadas. “O funcionário ligou pra central e eles avisaram que poderiam atender somente se a menina estivesse com alguma fratura, mas perguntou antes o que ela tinha e aí o funcionário descreveu o problema”.

Diante da recusa, ainda foi tentado contato com a Unidade de Pronto Atendimento do Paraíso, que disseram que não poderiam atender, apenas o Samu. Foi então que Ana avistou uma viatura da Polícia Militar que passavam pelo local e fez sinal para que os dois agentes (identificados como os Soldados Gustavo e Júlio) parassem.

– Eles se prontificaram a passar ali para ajudar a menina, e enquanto um deles a amparava, o outro ligava para o Samu avisando que levaria a moça na viatura caso não chegasse a ambulância. Tenho muito o que agradecer, eles foram heróis e a salvaram. Se dependesse da central, a moça poderia ter piorado o estado de saúde dela e morrido porque a gente não sabia qual o problema que ela tinha. Temos que denunciar isso, senão esse erro vão persistir! – acrescenta Ana, criticando a demora na chegada da ambulância, que demorou mais de meia hora para aparecer no local.

A demora na chegada da ambulância também deixou a gari Maria Helena Ribeiro indignada. “Já cheguei aqui e a moça estava passando mal, sendo atendida pelo dono da loja. É revoltante em pleno Século 21 presenciarmos uma coisa dessas acontecendo, nós mulheres temos que ser respeitadas!”. Pouco mais de meia hora depois, a ambulância do Samu chegou ao local e levou a jovem para o Hospital de Emergência, acompanhada pela viatura policial.

A equipe do jornal BEIRA-RIO entrou em contato com a Prefeitura de Resende para saber o porquê da recusa da central de ambulâncias e da Unidade de Pronto Atendimento do bairro Paraíso, e ainda aguarda resposta.

Fotos: Ana Pinheiro (Arquivo Pessoal)

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