Acredite se Quiser

– A semana não foi das melhores para os vereadores da Câmara Municipal de Resende. Para começar, na segunda-feira, dia 10, foi divulgada a informação de que o filho do presidente da Casa, vereador Jeremias Casemiro, o Mirim (Solidariedade), tinha morrido depois de ter sido agredido na cadeia e ficar internado em estado grave por uma semana em um hospital de Volta Redonda. À noite, descobriu-se que o rapaz, de 28 anos, continuava internado e que o hospital se confundiu porque o detento que morreu tinha um nome parecido com o dele. Na quarta-feira, dia 12, novo escândalo: o ex ou ainda motorista (tem gente que afirma que o CC ainda presta o  serviço) do vereador Thiago Vieira Martins, o Tisga (PPS), foi preso em flagrante com o pai e um colega, no pátio da prefeitura, sacando um dinheiro que seria proveniente de uma tentativa de golpe do falso sequestro (ver página 13). É, pelo visto os vereadores estão precisando se benzer.

– Na Secretaria Municipal de Saúde a situação não foi muito diferente. O Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) multou o secretário municipal de Saúde, Daniel Pereira Brito, a pagar R$ 13.559,50 pela ilegalidade do termo de parceria firmado entre o município e a Cruz Vermelha. O contrato, no valor de R$ 7.075.498,14, previa a contratação de profissionais de saúde para suprir as demandas da secretaria. Além da multa e da declaração de ilegalidade do acordo, o TCE orientou que seja encaminhado um ofício ao Ministério Público Estadual  (MPE-RJ) relatando o caso.

– Nas redes sociais a história gerou burburinho, mas o secretário defendeu o acordo dizendo que não havia servidores suficientes para atender o município e que por isso essas contratações eram feitas. Só que o município ainda possui concursos em vigor, com dezenas de aprovados que ainda não foram chamados. Uma leitora ligou para o BEIRA-RIO e relatou o exemplo dos técnicos de enfermagem. Mais de mil deles foram aprovados no concurso de 2010, pouco mais de 100 foram chamados durante os quatro anos de vigência do concurso. Nesse mesmo período, os PSFs estavam lotados de contratados via Cruz Vermelha.

– Quem também parece não estar interessado em tornar os dias do prefeito José Rechuan Junior (PP) mais agradáveis é o vereador Roque Cerqueira (PDT). É que na sessão legislativa do dia 11, além de pedir ajuda dos vereadores para conseguir urgência em um projeto que regulariza os investimentos feitos com o Resenprevi (ver página 03), ele entrou com um requerimento questionando os contratos firmados entre a prefeitura e a Deskgraphic, empresa que recentemente vem ganhando vários licitações da prefeitura de Resende, e outro questionando os dados apresentados pelo secretário municipal de Fazenda Renato Viegas na Casa de que a prefeitura vem reduzindo os gastos. No primeiro caso ele pede para ver os contratos, valores das obras, quanto já foi pago à empresa e o que ainda precisa ser pago. No segundo, disse que quer saber como está sendo feita a economia e se ela está relacionada à comida que é servida aos servidores, já que os poucos cargos comissionados demitidos pela prefeitura já foram quase todos readmitidos em um curto espaço de tempo.

– Ainda sobre a prefeitura, já foi anunciada a primeira atração da Exapicor 2015 e ao que parece é a falta de vergonha. É que a prefeitura confirmou nesta semana, sem qualquer cerimônia, que vai fazer um convênio com uma entidade privada para realizar o evento, como o BEIRA-RIO havia levantado. O problema é que a Exapicor não custa menos de R$ 1,5 milhão para ser organizada, o que segundo a Lei de Licitações, exige uma concorrência pública. Quando o primeiro certame não deu certo, no início de abril, a prefeitura poderia fazer outro em 45 dias, mas ainda assim postergou a disputa e agora, quatro meses mais tarde, anunciou que “não será feita uma nova licitação, por não existir tempo hábil”. Como assim?

– Para tentar prover um pouco de moralidade à prefeitura, o TCE marcou uma visita para o final de agosto. Ele quer verificar todos os contratos e editais de licitação e já exigiu que esteja tudo disponibilizado na internet, como exige a Lei de Acesso à Informação. A SumLic (Superintendência de Licitações) está em polvorosa para atender às demandas a tempo. Vixe…

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