O homem morto no Lavapés, em Resende, no final da tarde desta segunda-feira, dia 6 foi identificado como o vigia José Valerio Neto, de 36 anos, que morava na Vicentina. Ele foi morto a tiros pelo vizinho de bairro, o pedreiro Luis Antônio da Silva Correa, de 45 anos, após fechá-lo no trânsito. Os dois vinham se desentendendo há alguns meses devido a desavenças envolvendo brinquedos dos filhos. Luis Antônio Correa foi preso em flagrante minutos após o crime, quando tentava fugir pela Rodovia Presidente Dutra, e ficou detido na 89ª DP.
Em depoimento, o suspeito relatou que há três meses o filho de José Valerio Neto jogou um iô-iô em seu quintal e quando a mãe do menino foi pedir o brinquedo de volta ele não foi encontrado. Ele então teria oferecido uma compensação financeira pela perda do dinheiro e a mulher teria aceitado em um primeiro momento, mas o marido teria retornado mais tarde exigindo o brinquedo ao invés do dinheiro.
Na discussão, Luis Antônio Correa chegou a lançar um pedaço de concreto no vizinho e no dia seguinte os dois teriam registrado ocorrências de agressão. Desde então, o autor dos disparos alega que vinha sendo ameaçado de morte pelo vizinho que, em maio, chegou a lançar uma viga de concreto em seu portão, motivando-o a registrar uma nova ocorrência de ameaça.
No dia 6, ao sair do trabalho, o homem afirma ter sido fechado no trânsito violentamente pelo Ford Escort cinza de placa LSV 2834 de Valerio, que teria saído do carro em sua direção, levando a mão às costas como se fosse pegar alguma coisa. O pedreiro então se abaixou, pegou a arma que estava embaixo do banco de seu carro, um GM Agile vermelho, de placa KXR 6153 e deu dois tiros no vizinho, fugindo em seguida.
Policiais Militares foram acionados e encontraram o Agile vermelho próximo a Bulhões, dando voz de prisão a Luis Antônio Correa e o levando para a 89ª DP. Além do carro, os agentes apreenderam o revólver da marca Taurus calibre 38, dois estojos CBC calibre 38 e quatro cartuchos CBC de mesmo calibre, que estavam no carro de Correa.
ARREPENDIDO
Durante seu depoimento, o pedreiro afirmou estar arrependido no crime, já que nunca havia sido preso e nem processado anteriormente. Ele disse que comprou a arma de uma pessoa desconhecida há três anos e que há duas semanas vinha andando armado para se prevenir de um possível ataque, já que soube que dois cunhados da vítima estavam presos na Casa de Custódia de Volta Redonda suspeitos de homicídio. No dia do crime, ele levou a arma para o trabalho para se desfazer dela, já que tinha medo de fatalidades em sua casa, que vinha sendo constantemente frequentada pelos netos. Ele disse ainda que só atirou para se defender e que não reparou que efetuou dois tiros.