Acredite se Quiser

– A situação financeira de Resende se mostra ainda pior a cada dia. Depois de os vereadores de Resende aprovarem um projeto que permite que o Município pegue antecipadamente o dinheiro que receberia com os royalties do petróleo e gás até dezembro deste ano, agora o prazo foi aumentado para dezembro de 2016. Resumindo, o prefeito pode pegar empréstimos e “pagar” com créditos do dinheiro que ainda nem recebeu até o final de seu mandato. Ou seja, se o dinheiro não aparecer, a dívida será do próximo prefeito. O projeto foi aprovado em urgência especial, na sessão do dia 25, em primeira e segunda votação, praticamente por unanimidade, já que na segunda votação o vereador Sílvio da Fonseca, o Tivo (PP), votou contra por “não entender o projeto”.

– O rombo, inclusive, deve ser bem grande porque o vereador Pedro Paulo Florenzano (PP) falou que o município tentou um empréstimo de R$ 15 mi junto ao Banco do Brasil, mas só conseguiu R$ 8 mi. “Vai passar com déficit, mas vai”, resumiu.

– A sessão do dia 25, aliás, foi repleta de novidades. Uma delas foi o ofício enviado pelo secretário de Trabalho e Renda, Kiko Besouchet (PP), informando que voltará à Casa no dia 1º. Besouchet havia sido eleito vereador, mas declinou do cargo para se tornar secretário. Com a volta dele, o atual líder de governo na Casa, Pedro Paulo Florenzano (PP), teria que deixar a cadeira, já que a ocupa como suplente. No dia 27, contudo, Besouchet voltou atrás na decisão e decidiu se manter como secretário “por orientação do prefeito”.

– Houve quem dissesse que o próximo a voltar seria o secretário de Serviços Públicos, José Valdir Dias, o Macarrão (PDT), e que o retorno dele e de Besouchet tem relação com as eleições para a nova mesa diretora da Casa. O prefeito José Rechuan Junior (PP) não estaria nada satisfeito com a atitude de seus secretários e teria dito até que quem for não precisa voltar. Besouchet teria tentado “peitar” o prefeito, mas no final das contas achou melhor respeitar a decisão do “chefe”.

– Na mesma sessão, aliás, causou surpresa a declaração de Pedro Paulo Florenzano sobre o novo estatuto do servidor. Quando o colega Luiz Fernando de Oliveira Pedra (PDT) comentou que os pares deveriam colocar o documento em pauta antes do final do ano, Florenzano salientou que ele ainda não estava pronto. Embora uma comissão tenha ficado cerca de dois anos estudando e elaborando o documento, o prefeito agora montou uma nova comissão interna para “adequar o estatuto à realidade financeira do município”, de acordo com as palavras do líder de governo. Para evitar que o processo passe por toda a demanda novamente, as mudanças virão através de emenda substitutiva.

– Falando nos servidores, eles se mostram cada vez mais descontes. Os que trabalham nos Postos de Saúde da Família (PSFs) querem saber onde foi parar o dinheiro do PMAQ que há dois anos era repassado a eles. Nessa semana saiu o resultado das avaliações que realizaram e todos foram classificados em bons ou excelentes. Ainda assim, o dinheiro, que já veio do Governo Federal, não apareceu. Descontentes também estão os funcionários do CCZ, que nem tem mais uma sede. Eles aguardam há meses que o município se adeque à legislação da categoria, que impõe uma piso salarial maior do que o que eles ganhan, mas até agora não tiveram resultados.

– Já o sindicato dos funcionários públicos de Resende tenta manter a aparência de que seu embate com o prefeito ainda não acabou. Segundo o presidente da entidade, Marco Antônio Corrêa, a briga toda é por causa do estatuto. “Enquanto estávamos negociando o estatuto, tudo bem, mas se ele está de sacanagem…”, afirmou Marquinho, como é conhecido.

– Enquanto isso, nos bastidores da Câmara Municipal de Resende o assunto do dia (todos os dias) são as eleições para escolha da mesa diretora. Depois de um vereador usar a tribuna para declarar voto a um colega e de um secretário pedir reingresso à casa, funcionários chegam a ser ameaçados e chantageados para que seus vereadores apoiem determinados colegas.

– Em Itatiaia, o prefeito Luis Carlos Ypê (PP) conseguiu uma nova liminar para se manter no cargo, mesmo cassado. A liminar anterior havia sido derrubada há algumas semanas, quando o TER-RJ optou por manter a cassação de Ypê. Desta vez, a decisão é para que a nova liminar seja mantida até o julgamento do caso pelo TSE.

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