Relatório mostra que trabalhadores eram obrigados a trabalhar sem parar

O relatório divulgado pelo Sindicato dos Trabalhadores das Indústrias de Construção Civil do Sul Fluminense demonstrou que os trabalhadores do condomínio Terras Alphaville Resende II, no bairro Ipiranga, onde o servente de obras Fábio da Silva Costa, de 47 anos, morreu soterrado na tarde do dia 2, eram obrigados a trabalhar durante os finais de semana. Caso se negassem ficariam sem alimentação. Além disso, não poderiam bater ponto nas horas extras e nem voltar para suas cidades de origem, sob pena de serem demitidos.

“Não havia nenhuma medida de proteção trabalho em escavações. (…) São obrigados a trabalhar de segunda a segunda, sem bater ponto nas horas extraordinárias à jornada normal de trabalho. Caso não trabalhe fica sem alimentação. (…) Denunciam serem forçados trabalharem aos sábados e domingos sob pena de não terem alimentação, cortes de dias já trabalhados. Alguns não tiveram as CTPS devolvidas. Caso queiram retornar ao estado de origem deverão pedir demissão. Não tem folga de campo”, descreve o documento redigido no dia 3.

Fábio havia sido admitido na empresa Villa Azul Empreendimentos Imobiliários, responsável pela obra, em agosto. Colegas relataram que havia chovido na noite anterior ao acidente e que o servente já trabalhava há sete horas ininterruptas. Eles faziam uma escavação quando a vala de três metros e meio caiu sobre eles, mas o trabalhador não conseguiu escapar. Assim como ele, que era de São Gonçalo, na obra havia pessoas de outras partes do estado do Rio de Janeiro e também do Rio Grande do Norte, Piauí e Bahia, todos alocados em um alojamento no centro Histórico de Resende.

Na foto, a obra da Câmara, onde outro operário da construção civil ficou ferido gravemente

Confira a matéria na íntegra nas páginas do jornal BEIRA-RIO.

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