A montadora japonesa de automóveis e motores Nissan anunciou nesta semana que suspenderá 279 contratos de trabalho na próxima segunda-feira, dia 15. A medida é uma resposta a crise no setor automotivo, que teve uma redução de 8,62% nos emplacamentos de janeiro a agosto de 2014 em comparação com o mesmo período de 2013.
Embora a informação tenha sido divulgada nesta semana, o Sindicato dos Metalúrgicos do Sul Fluminense divulgou, em nota, que já vinha negociando com a empresa – inaugurada em abril – há meses. Além disso, o sindicato divulgou o número de 290 funcionários, ou seja, 11 a mais que o quantitativo divulgado pela montadora.
Ainda de acordo com a nota, a empresa já havia implantado um banco de horas para diminuir a quantidade de veículos fabricados para 15 carros por hora. A empresa também havia antecipado as férias coletivas e programado uma segunda etapa de férias coletivas para o Natal e Réveillon.
“A crise no setor automotivo é nacional. Os trabalhadores do Sul Fluminense estão sofrendo com o medo e a expectativa de demissões há meses. O sindicato tem procurado negociar, apelando para o bom senso das empresas, na busca de evitar demissões com a garantia dos benefícios. A perspectiva para o setor está melhorando, hoje o mercado já vem apresentando a possibilidade de reaquecimento. Torcemos por isso”, disse o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos, Silvio Campos, empossado no início do mês.
Com a suspensão dos contratos, os trabalhadores não chegam a serem oficialmente demitidos da empresa, mas deixam de prestar os serviços e receberem os salários e benefícios. A empresa não divulgou por quanto tempo os contratos ficarão suspensos e nem se os empregados serão incluídos em algum programa de capacitação. O sindicato foi procurado para dar mais detalhes sobre a negociação, mas o responsável pelos acordos não foi encontrado.
