Quando a dona-de-casa Maria das Graças Pereira Gomes mudou-se para uma casa de fundos na Rua Domingos Storino, no bairro Cabral, junto com o ex-marido, ainda no tempo de recém-casada, em 1976, mal sabia ela o transtorno com o qual conviveria quase 40 anos depois. “Antes só tinha esta casa e a do meu ex-sogro, que morreu, fora a de mais duas vizinhas que moram atrás do nosso terreno. Mas com o tempo foram surgindo outras construções, e a água da chuva e o esgoto começaram a entrar em minha casa e na casa de uma das minhas filhas”, explica Graça, como é conhecida na rua.
A dona-de-casa é mãe de três filhos, todos eles maiores e com famílias. Ao lado e acima, moram as duas filhas gêmeas, cada uma com uma casa. Tanto Graça quanto a também dona-de-casa Lúcia Pereira Gomes, uma das filhas, sofrem desde o ano 2000 com a construção de outras casas na vizinhança.
— É claro que minhas filhas casaram e aí construíram aqui para fugir do aluguel, mas o problema vem de outras casas. Quando eu e meu ex-marido chegamos, já havia a manilha da rede de águas pluviais que desce da Estrada da Vargem Grande até a minha rua, passando pela minha casa. Só que há 14 anos, passamos a ter problemas de vazamento, tanto que o esgoto e o cheiro dele têm chegado ao meu quintal – acrescenta.
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