Mães policiais são homenageadas pelo 37º BPM

Três (na foto Rejane, Bruna e Ariane) das seis mães Policiais Militares que trabalham no 37º Batalhão de Polícia Militar (BPM), responsável pela região das Agulhas Negras, foram homenageadas pelos colegas e pelo subcomandante do batalhão, major Charles, na tarde do dia 9. Logo após um almoço especial com direito a feijoada, elas receberam um diploma e um buquê de flores, além de algumas palavras ditas pelo major e aplausos dos colegas. Após a homenagem, voltaram às ruas de Resende para cumprir mais uma “missão”.

Uma dessas mães com rotina diferente é a soldado Rejane Zinato Salgado, de 30 anos, que tem uma filha de cinco anos. Há três anos ela trocou sua formação em Direito para ingressar na Polícia Militar buscando mais estabilidade para sua família.

– Sou formada em Direito e já atuava nessa área jurídica, mas como o mercado estava incerto demais e eu queria estabilidade financeira, entrei para a Polícia. Entrei e gostei. Já tinha amigos policiais, mas familiar nenhum, então a família estranhou, mas foi pensando nela que optei por isso. Depois todo mundo apoiou e apoia até hoje – lembrou Zinato.

Como toda mãe que trabalha, ela também passa pela culpa de não poder estar 24h ao lado da filha, mas é nessas horas que o papel da família se torna ainda mais importante.

– Minha filha hoje está ardendo em febre, com diarreia, vomitando e eu estou aqui trabalhando, deixei ela com o pai, ele me ajuda muito nessas horas, mas se fosse mais grave eu pediria autorização para sair e nesses casos a gente é dispensada – comentou a policial.

Sobre o medo que acompanha os policiais que vão para as ruas, ela afirmou que também sente, mas que o orgulho da filha também ajuda a compensar os problemas.

– Temos o acréscimo do medo pelo risco, não saber se vai voltar e eu já passei por uma situação difícil, de ter um colega baleado e achar que ia morrer, mas é o trabalho, quando entrei minha filha já tinha nascido. E a gente tem a questão da exposição, de ter que fazer tudo meio escondido, ter que trocar a farda no carro, mas moro em outra cidade, senão não estaria me expondo. Mas minha filha morre de orgulho, fica muito satisfeita, fala para todo mundo que a mãe é policial. Eu mesma já falei para ela não ficar falando, mas às vezes criança pequena não tem jeito – relembrou, sorrindo.

Na operação do dia 9, Zinato foi acompanhada de outra mãe, a também soldado Bruna Leal, de 27 anos, que está há quatro anos na Polícia Militar e também tem uma menina, de nove anos. Até então, Bruna não tinha nenhuma ligação com a polícia, apenas o desejo de um dia fazer parte dela.

– Eu trabalhava como gerente administrativa do setor de telefonia, mas já tinha vontade de entrar para a PM, só que quando saía concurso não tinha vaga para mulher. Aí quando saiu, eu fiz. A pior coisa é sair de casa sem certeza de nada. Estamos vulneráveis, tem como identificar pela farda, mas peço a Deus para deixar minha família em segurança e bem cuidada – disse a Policial.

Mesmo gostando do que faz, a maternidade ainda fala mais alto na hora de fazer as escolhas em sua carreira.

– A maternidade sempre pesou muito e pesa até hoje. Abriu vaga para oficial e não tenho condições de tentar porque não posso estudar três anos em outro local por causa deles (família). Às vezes, no trabalho, tem que fazer essas opções, negar convite para outras unidades – ponderou a policial.

As mães Policiais Militares também têm um outro desafio em suas casas. Elas precisam andar armadas e, muitas vezes, levar essas armas para suas casas, correndo o risco de os objetos serem encontrados pelas crianças. A filha de Rejane é muito pequena, mas Bruna afirma que já preveniu esse problema.

– As crianças mexem porque têm curiosidade, então como ela é maiorzinha já mostrei para ela a arma desmuniciada para ela perder a curiosidade. Deixei ela pegar, expliquei como funciona, os riscos; claro, sempre com muita segurança. E também já falei que se algum coleguinha também tiver curiosidade, ela pode pedir que vou fazer a mesma coisa, que o que não pode é ela mexer escondido. Com isso, eu quebrei a curiosidade dela, então não tem mais perigo de ela querer saber como é, porque já sabe – explicou a soldado.

A filha de Bruna, que havia ido ao batalhão para presenciar a mãe sendo homenageada pelos colegas, mostrou que também sente muito orgulho da profissão dela.

– Acho legal porque ela pode me proteger. E quando vai na escola todo mundo fica falando “nossa, é polícia, cuidado que a mãe dela é polícia” – se gabou Beatriz Folhaça, a filha da soldado Bruna.

 

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