Resende tem coleta seletiva em poucos bairros

O município de Resende foi um dos primeiros do Sul do estado do Rio de Janeiro a desenvolver um projeto de coleta seletiva, ainda antes de 2009. O projeto virou programa, teve momentos de inatividade até se estabelecer, mas alguns anos depois, Resende só disponibiliza coleta seletiva em 30% de seus bairros – bem menos que a metade. Segundo a coordenadora de resíduos da Amar (Agência de Meio Ambiente de Resende), Solange Pinto, o projeto teria começado em 2002 com o objetivo de incentivar a coleta seletiva e retirar os catadores de recicláveis do lixão de Bulhões, onde eles trabalhavam.

— O município queria fazer o licenciamento ambiental do aterro de Bulhões, mas era necessário que não tivesse catador, então foi feito um projeto para instrumentalizá-los, a prefeitura conseguiu dar a eles um caminhão através da verba do Prolixo, um programa do Governo Estadual e doou um galpão. Era para fazer cooperativa, mas a prefeitura não deu o suporte necessário e a cooperativa não vingou – lembrou, acrescentando que, na ocasião, os catadores perderam os documentos necessários para se regularizar.

Em 2005 os catadores foram autorizados a voltar para o antigo lixão, que agora tinha se tornado aterro controlado (foto) – um sistema intermediário entre lixão e aterro sanitário, em que há um controle maior dos odores e da proliferação de animais. Em 2009, quando Solange já fazia parte da Amar, houve uma nova tentativa de retirá-los de Bulhões e a retomada do projeto, desta vez com apoio do Inea (Instituto Estadual do Ambiente).

— Tentamos reorganiza-los e sugerimos a organização em uma associação, ajudamos a tirar o CNPJ e conseguimos para eles um galpão ao lado da Exapicor. Como o caminhão deles estava todo “arrebentado”, a prefeitura contratou dois caminhões novos para ajudar, dá os veículos já com motorista, e paga também a alimentação, café e almoço, e ajuda com a manutenção do galpão – explicou Solange.

Se a situação dos trabalhadores da ACRR é relativamente confortável em Resende, não se pode dizer o mesmo da Associação dos Garimpeiros do Aterro Sanitário de Resende (Agasar), que trabalham no aterro controlado de Bulhões desde 2005. Eles não tiveram apoio para se regularizar, não ganharam caminhão e tampouco galpão ou almoço.

— Não era registrado aí em 2006 conseguimos o CNPJ. A antiga presidente reuniu o grupo quando abriu vaga para voltarmos para cá, em 2005 e fundamos a associação dos garimpeiros. O nosso único caminhão nós pagamos, o lixão já tinha e eles meio que emprestaram, permitiram que ficássemos aqui. Aí construímos o galpão – lembrou o vice-presidente do grupo, Amauri da Silva.

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